Sepultado corpo de policial militar

Polícia não recebeu laudo, mas informou que a tese de suicídio está reforçada com resultados preliminares

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Familiares, colegas e amigos se despediram ontem à tarde, da soldado Luane Chaves Lemes, 23 anos, com homenagens sob um clima de  muita comoção.  O corpo da PM, encontrada morta, terça-feira à noite, em um matagal, no município de Fontoura Xavier, após permanecer 16 dias desaparecida, foi velado na capela do Bairro Planaltina e sepultado às 15h30, no cemitério Santo Antônio.

Durante o velório, dezenas de colegas da Brigada foram até a capela para dar o último adeus à policial.  O cortejo fúnebre partiu em direção ao cemitério por volta das 15horas, pela Presidente Vargas, escoltado por diversas viaturas e  11 cavaleiros do pelotão hipo, onde Luana atuava. Em frente à Brigada Militar, eles ficaram perfilados no acostamento e o carro fúnebre seguiu pelos bairros Santa Maria e São Luiz Gonzaga.

    No cemitério São João, o comandante do CRPO-P, coronel Antônio Gonçalves prestou solidariedade à família e lembrou de Luane como uma pessoa sempre disposta para o trabalho. “Era ela quem descia do cavalo para apresentar a patrulha para o serviço. Que ela encontre o caminho dos anjos e do criador” disse emocionado.

    Logo após, foi lido o último elogio recebido pela militar quando representou o 3º RPMon, juntamente com outro colega, no Iº Encontro Técnico Bento Gonçalves, realizado em agosto deste ano em Porto Alegre, “Luane demonstrou qualificação profissional e interesse,agindo sempre com dedicação na função que desempenha.Possui grande senso de cumprimento do dever, eis que sempre se apresenta de maneira interessada e cooperativa nas missões que lhe eram incumbidas...” diz um trecho da mensagem.

     O soldado Clesio de Mello, que durante os últimos quatro anos conviveu diariamente com Luane, estava abalado com a morte da colega. “Realmente foi uma surpresa, porque ela sempre foi uma pessoa alegre, disposta em ajudar. Mesmo nas situações adversas, mantinha o bom humor” lembra.

    Há um ano e meio no pelotão hipo, a policial Janesca Bertolini, 27 anos, trabalhou ao lado de Luane na véspera do sumiço. No domingo à tarde, as duas auxiliaram na segurança da Copa Coca Cola, realizada no estádio Vermelhão da Serra. “Saímos de lá, e passamos pelo bosque Lucas Araújo. Ela ainda brincou e sorriu bastante. Nos últimos serviços que tiramos juntas, ela comentava muito sobre o relacionamento, mas nunca imaginei que faria uma coisa dessas, ainda mais, por colocar a família dela acima de tudo. Estava sempre preocupada com os pais e irmãos” lembra.

“Hoje eu tenho mais certeza de que Deus existe”

Depois de enfrentar 16 dias de angústia sem informações sobre o paradeiro da filha, o sargento Paulo Lemes, buscava forças na família e nos amigos, para enfrentar a realidade. Nas últimas palavras de despedida junto ao corpo da filha, revelou “Pedi para a minha filha me dar forças para eu parar de chorar um pouco e fui atendido. Hoje eu tenho mais certeza de que Deus existe. Estou espiritualmente mais fortalecido” desabafou.

Necropsia

Em função de problemas técnicos nos IMLs de Soledade e de Passo Fundo, o exame de necropsia no corpo de Luane precisou ser realizado no Departamento Médico Legal de Porto Alegre. O corpo foi levado quarta-feira à tarde para a Capital e retornou para Passo Fundo, ontem, por volta das 9h30min. A delegada Daniela Mineto ainda não havia recebido o resultado do laudo, mas foi informada pelos peritos responsáveis pelo exame, de que o cadáver apresentava apenas uma perfuração na têmpora e que não tinha sinais de leões.

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06/10/2011 15:09:00 »Brigada faz homenagem à policial
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