No último julgamento de uma série de nove assassinatos de crianças praticados entre 2002 e 2004, na região norte do Estado, o paranaense Adriano da Silva, foi condenado, ontem, no fórum de Passo Fundo, a 32 anos, dois meses, e 15 dias de prisão, em regime inicial fechado, pelo crime de homicídio, duplamente qualificado, referente à morte do menino Volnei Siqueira dos Santos, 12 anos, ocorrida em julho de 2003. Somada a uma condenação de latrocínio, (roubo seguido de morte), registrado na justiça do Paraná, Adriano contabiliza 254 anos de prisão.
O matador em série já havia recebido a mesma pena no caso Volnei, em 2007, mas o advogado dele, Inácio Borges Guerreiro recorreu alegando cerceamento de defesa. O Tribunal de Justiça do Estado acatou a tese e anulou o júri. Logo após a sessão de ontem, Guerreiro anunciou que pretende recorrer novamente da decisão em razão da pena imposta ao seu cliente. “Acredito que a pena foi muito elevada. Certamente vou recorrer” afirmou.
Já o promotor Diego Mendes de Lima, disse ter ficado satisfeito com o resultado. Durante os trabalhos, ele pediu pena máxima, e procurou derrubar o laudo realizado pelo Instituto Psiquiátrico Forense.“No laudo, os médicos concluem que ele é uma pessoa semi-imputável. Também afirmam que precisa ser afastado da sociedade e que não existe cura para o caso dele. Diante disso, ele poderia ir para um hospital psiquiátrico, mas como a medicação não faz efeito, acabaria colocando em risco a vida dos demais pacientes. Além da possibilidade de ter a pena reduzida em até dois terços. Por isso, trabalhamos contra o laudo para que ele permaneça preso. Conseguimos todas as condenações” declarou. O advogado Jabs Paim Bandeira atuou como assistente de acusação e pediu a condenação de Adriano como uma resposta à sociedade e para a família do menino.
Além do homicídio, o paranaense também foi condenado pelos crimes de atentado violento ao pudor (o laudo comprovou que o abusou aconteceu quando o menino ainda estava vivo), e ocultação de cadáver. A sentença foi lida às 15h30min, pelo juiz Márcio César Sfredo. A mãe de Volnei, Geni Siqueira Rack, acompanhou emocionada toda a sessão e no final desabafou “Agora me sinto um pouco mais aliviada. A justiça foi feita”. Adriano, 32 anos, está recolhido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas, desde 2004, quando foi preso tentando atravessar a divisa do Rio Grande do Sul, com Santa Catarina.
Segurança
Adriano da Silva chegou ao Fórum de Passo Fundo por volta das 8h40, sob um forte esquema de segurança. A sessão iniciou às 9h, e foi acompanhada apenas por um pequeno público formado basicamente por acadêmicos de direito e familiares da vítima.