O corpo de Carmen Luz de Oliveira, de 41 anos foi encontrado durante a tarde de quinta-feira (26), no Rio Passo Fundo. Um papeleiro que vive em uma barraca em um terreno no cruzamento da Rua Humberto Campos com a Ângelo Preto acionou a Brigada Militar.Ele contou que uma mulher que faz programas nos fundos de um hipermercado na Avenida Brasil saiu correndo e gritando de dentro do mato e o avisou que a vítima havia sido morta e jogada no rio.
A Brigada Militar chegou ao local acompanhada do papeleiro mas a mulher não foi mais localizada. Para se chegar ao local do crime é necessário entrar em um terreno baldio particular, onde indígenas haviam montado acampamento à poucas semanas e acessar uma trilha aberta no mato. No local funciona uma espécie de acampamento onde vivem moradores de rua, a maioria viciados em crack. É possível encontrar diversos materiais, principalmente roupas e bolsas femininas, possivelmente produto de furtos e roubos praticados para sustentar o vício.Em poucos minutos, muitos curiosos estiveram no local, inclusive algumas mulheres que afirmaram conhecer a vítima, que como elas, fazia programas.
Os policiais do 3° Batalhão de Operações Especiais percorreram o mato que cerca o terreno juntamente com o andarilho em busca da testemunha, porém a mulher não foi encontrada.O Corpo de Bombeiros foi acionado para fazer a remoção do corpo e a equipe do Instituto Geral de Perícias (IGP) também compareceu ao local, bem como a Equipe Volante da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento, coordenada pela delegada Raquel Kolberg.Uma mulher apareceu e se disse amiga da vítima, tendo inclusive conversado com ela durante a noite de quarta-feira (25). O corpo foi reconhecido por colegas da vítima que confirmaram se tratar de Carmen. Elas também afirmaram que a mulher vivia no local, nas barracas improvisadas. A guarnição do 3° BOE que atendeu à ocorrência e saiu em busca da testemunha recebeu a informação de que uma mulher vestida com uma roupa preta havia saído correndo do local em direção aos trilhos da linha férrea.
Testemunha estava amarrada e amordaçada
A equipe do IGP realizava o levantamento fotográfico do corpo e do local do crime quando um popular, que estava junto ao grande número de curiosos, ouviu barulhos e acabou encontrando outra mulher amarrada e amordaçada, coberta por roupas, bem próximo à entrada da trilha do mato. “Ouvi um barulho que parecia ser uma coruja e fui procurar. De repente vi a mulher deitada ali com as mãos e as pernas amarradas”, disse ele que trabalha como motoboy. A mulher seria na verdade, a testemunha que correu para pedir ajuda. Segundo populares, seu nome é Vanusa.
Além de amarrada nos membros, a mulher também tinha um torrão de terra na boca, que também estava coberta por um pano. Ela foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada ao hospital. A mulher apresentava ferimentos na boca e no supercílio e aparentava estar embriagada ou sob efeito de entorpecentes.
A hipótese mais provável é a de que o homem acusado de matar Carmen, identificado pelas testemunhas, tenha aproveitado que o papeleiro havia saído do local para tentar matar também a testemunha. O papeleiro, conhecido como “Tio do Rio”, foi encaminhado à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento onde prestou depoimento.
Conforme informações preliminares da perícia, o corpo de Carmen não apresentava nenhum ferimento mais sério, apenas escoriações e hematomas que indicam que houve luta antes de ser amarrada e jogada ao rio.
A polícia agora trabalha para tentar localizar o acusado do assassinato de Carmen. O caso será investigado pela 1ª Delegacia de Polícia.