Os corpos das duas vítimas do acidente de transito ocorrido no início da noite de domingo na RS 153, saída para Ernestina, foram sepultados no final da tarde de ontem. A produtora de vendas, Marli Rosa Zanco, 42 anos, e o menino Bruno Trevisan Kunz, sete anos, não resistiram aos ferimentos e morreram no Hospital São Vicente de Paulo. Os dois estavam no Golf atingido por um Corolla, cujo motorista fugiu do local do acidente a pé. Também ficaram feridos, a mãe do menor, Marina Rochrig Trevisan, 39 anos, e Flávio Kunz, 35, esposo de Marli. Ambos foram medicados e já receberam alta. O motorista, José Nelson Kunz, 68, saiu ileso.
O advogado do condutor do Corolla fez contato ontem, com a delegada Claudia Crusius, que responde interinamente pela Delegacia de Trânsito, dizendo que irá apresentá-lo hoje para prestar depoimento. “Ainda não sabemos a identidade dele, apenas o advogado fez o contato” afirma. Dentro do carro conduzido por ele foram encontrados dois cartuchos intactos de revólver calibre 38.
O acidente aconteceu por volta das 20h, no retorno existente no quilômetro 2 da rodovia, distante cerca de um quilômetro do acesso ao santuário Nossa Senhora Aparecida. Segundo uma testemunha que pediu para não ser identificada, o motorista do Golf já estava entrando na rótula, com o veículo praticamente fora da pista, quando teve a traseira atingida pelo Corolla. “Ele não fez nada para tentar desviar, apenas freou” afirma.
Com o impacto, as três vítimas que estavam no banco traseiro foram arremessadas para fora do veículo. Muito abalada com a perda do filho, a mãe disse que eles estavam sem cinto. “Eu ainda disse para colocarem o cinto, mas responderam que não precisava. Quero saber onde está esse motorista. Vi quando o carro se aproximou em alta velocidade. Com a freada que ele deu, chegou levantar fumaça dos pneus” lembra Marina, que fraturou a clavícula e teve escoriações pelo corpo. O sepultamento das duas vítimas ocorreu no final da tarde. O menino foi enterrado no cemitério da localidade de Capinzal e Marli no cemitério Santo Antônio.
Entrevista
“Ele saiu do carro, olhou as vítimas e fugiu”
Um jovem de 26 anos, que pediu para não ser identificado, havia passado à tarde com a família na chácara e retornava de moto, acompanhado da namorada, logo atrás do Golf. O rapaz estava parado no retorno da rodovia e presenciou de perto a tragédia que tirou a vida de duas pessoas.
ON – Você vinha logo atrás do Gol?
Testemunha – Sim, vinha com a minha namorada. Quando seu José fez o retorno a pista estava limpa. Ele já estava entrando na rótula, com o carro praticamente fora da pista, quando foi atingido.
ON – O motorista do Corolla chegou a frear?
Testemunha – Sim, mas vinha em alta velocidade. Não fez nada para tentar evitar a batida, não chegou a desviar. Vi quando os dois adultos foram arremessados para fora do carro.
ON – Depois do acidente o que o motorista do Corolla fez?
Testemunha – Ele desceu do carro, se aproximou das vitimas, olhou para elas e fugiu. Chegou a dizer algo, mas não lembro. Ele estava de boné e camisa cinza. Outras testemunhas disseram que ele vinha desde Ernestina em alta velocidade.
ON – Você acionou o socorro?
Testemunha – Sim, liguei para os bombeiros. Foi uma cena muito forte. Ele tirou a vida de uma criança de uma mulher. Espero que a justiça seja feita, mas não a dos homens, a justiça de Deus.