Usuários de crack buscam refúgio nas matas da periferia

Diversas áreas verdes foram transformadas em pequenas cracolândias.

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Para saciar o vício do crack, um jovem trocou o conforto de casa por um fumódromo no interior de um matagal, no bairro Ipiranga. Após passar quatro dias dormindo na terra, e consumindo a pedra em companhia de outros dependentes, ele foi  encontrado no final da manhã de ontem, por policiais do Pelotão de Operações Especiais (POE), da Brigada Militar. Desesperada com o sumiço do filho, a mãe havia procurado a polícia para registrar ocorrência de desaparecimento. Ao ser abordado pelos PMs, o rapaz, que  trabalha no setor da construção civil, e estaria de laudo médico,  revelou ter saído de casa levando cerca de R$ 300 em dinheiro, além de celular e relógio, consumidos com a fumaça do crack.

De acordo com o sargento Almirante Jesus da Silva, o matagal, que começa no final da Rua Lambari, na Vila Ipiranga, e termina às margens da RS 153, serve de refúgio para os dependentes. As trilhas ligam os chamados acampamentos. São vários deles espalhados pela mata.

Silva explica que os objetos furtados, principalmente à noite, são levados para esses esconderijos, e posteriormente, transformados em moeda de troca em bocas de fumo. Durante o dia, grupos costumam se reunir para consumirem a pedra. “Eles praticamente moram dentro do mato. Levam um pouco de água e ficam lá direto. Recentemente destruímos um barraco montado com lona, colchão e outros objetos” revela.

Os vestígios da presença dos usuários estão espalhados por vários pontos. A vegetação divide lugar com garrafas de bebidas alcoólicas, caixas de fósforos, latas, isqueiros, roupas velhas, carteiras de cigarro e outros objetos. Mesmo com a presença constante da polícia na região, o mato também serve de esconderijo para foragidos da justiça. recentemente um homem foi detido no local. Ainda conforme Silva, a estratégia dos usuários não é exclusividade do bairro Ipiranga. Diversas áreas verdes existentes na periferia da cidade já foram transformadas em pequenas cracolândias. “São lugares isolados, sem movimentação de pessoas, por isso eles buscam refúgio nas matas” explica o policial.

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