Catador é acusado de estuprar 12 crianças em Passo Fundo

Homem usava brinquedos e dinheiro como armadilha para atrair os menores

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Um catador, de 67 anos, sem passagens pela polícia, e que aparentemente não levantava suspeitas entre os moradores do bairro em que reside, usava brinquedos e dinheiro para atrair crianças até sua casa, onde as estuprava. João Rodrigues da Silva, o Véio da Gaiota, preso na tarde de quinta-feira, por policiais da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, é acusado de abusar sexualmente de pelo menos 12 meninos, com idades entre seis e 11 anos.

Na casa dele, policiais encontraram uma grande quantidade de brinquedos. Bola de futebol e de tênis, carrinhos de madeira, bichos de pelúcia, doces, além de dinheiro, eram usados como armadilhas para atrair o interesse dos menores. Também foram apreendidas diversas páginas de revistas com imagens de crianças em trajes de banho e bebês nus. Sobre as fotos, anotações salientando as partes íntimas dos modelos, além de um caderno com anotações e nome das crianças.  Os policiais se surpreenderam com a quantidade de roupas íntimas (cuecas e calcinhas) de crianças encontradas na casa. “Acho que tem umas 50, isso nos leva a crer que o número de vítimas é bem maior” prevê o titular da DPCA, delegado Mario Pezzi, responsável pelas investigações.

Segundo ele, as primeiras denúncias sobre os abusos surgiram em dezembro do ano passado e foram encaminhadas ao Ministério Público. A DPCA assumiu as investigações e pouco tempo depois confirmou o primeiro caso. Uma mãe procurou a polícia e denunciou que o filho, de sete anos, havia sido assediado pelo catador.  O trabalhou avançou e mais 11 vítimas foram identificadas. Segundo a polícia, o último caso teria ocorrido há cerca de dois meses. Diante dos relatos, Pezzi solicitou a prisão preventiva do acusado.

Assédio acontecia perto de escola

De acordo com a polícia, para atrair as vítimas, o catador agia nas imediações de uma escola do bairro, na periferia da cidade. Com a promessa de presentes e dinheiro, levava os menores para a sua residência, uma  casa pequena de alvenaria, localizada nos fundos de um terreno, onde na parte da frente residem seus dois  filhos adultos. Para facilitar o acesso das crianças pelos fundos do pátio, sem chamar a atenção dos vizinhos,  o acusado  chegou a construir uma passarela de madeira sobre uma sanga existente no local. Um mato junto ao terreno também era usado para a prática dos crimes.

O sigilo das crianças sobre os abusos era mantido sob ameaças psicológicas e físicas contra elas. “Quando ele queria determinada criança, ia até as proximidades da escola e, antes que ela entrasse para aula, era levada para a casa dele. Alguns menores conversavam entre si sobre o acusado. Constatamos que um menino, de nove anos, convidava outros para irem até lá em troca de dinheiro. Tudo o que as crianças revelaram,  as descrições de objetos  feitas por elas, nós confirmamos com as apreensões na casa” revelou o delegado.  A polícia apurou que o acusado de pedofilia pagava entre R$ 10 a R$ 30 aos meninos, e que após o ato, costumava ficar com roupa íntima dos menores. Apesar de todas as vítimas identificadas serem do sexo masculino, Pezzi acredita que algumas meninas também foram violentadas pelo catador.  
Os menores já estão recebendo acompanhamento psicológico. A polícia vai ouvir os familiares para saber se houve algum tipo de conivência com a situação. Pezzi também investiga se os filhos do acusado tinham conhecimento das ações do pai. Na residência deles foi apreendida uma espingarda. Para cada caso de estupro, a pena prevista é de 8 a 15 anos. Silva seria ouvido na delegacia e posteriormente recolhido ao Presídio Regional de Passo Fundo.

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