Os agentes da Polícia Civil deflagram, às 8h30 desta quarta-feira (21), paralisação de dois dias, que se encerra às 18 horas de quinta-feira (22). A mobilização atinge todas as delegacias da capital, região metropolitana e das 29 regiões policiais do interior do Estado. Nesse período, serão mantidos os atendimentos para crimes de maior gravidade, tais como homicídio, latrocínio, estupro, lesão corporal grave e seqüestro. Em assembléia geral do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores do Rio Grande do Sul (Ugeirm), realizada na semana passada, a categoria decidiu insistir na negociação com o governo do Estado, que apresentou proposta rejeitada pela unanimidade dos mais de dois mil policiais presentes.
Também foi deliberado que, na hipótese de o governo alegar dificuldade orçamentária para cumprir integralmente a tabela defendida pela Ugeirm, todas as negociações salariais havidas na Polícia Civil devem ser zeradas. Isso porque o governo propôs que o abismo salarial entre agentes e delegados em início de carreira seja fixado em mais de 350% até 2018.
Os agentes policiais exigem o estabelecimento de política salarial única, que institua vencimentos na proporção certa para todos (verticalidade). Rechaçam o fato de o governo ter privilegiado o topo da hierarquia remuneratória na Polícia Civil. Ja que em nenhum momento falou-se em falta de dinheiro para o topo da hierarquia, mas no momento que começou os diálogos com os agentes, iniciou com o velho discurso que não há dinheiro, mas como que para pagar altos salários há e dar aumento aos baixos salarios não há. Já que o Partido dos Trabalhadores, agora governo, sempre defendeu as classes mais baixas, mas deu aumento significativo aos delegados, sendo que agora os delegados são os mais bem pagos do pais e os agentes os mais mal pagos. E por qual motivo esse abismo salarial entre os cargos e funções da mesma instituição já que ambos devem ter nível superior.
Durante a paralisação, inclusive nos atendimentos que serão mantidos (exemplo: registro de flagrante de homicídio), a expectativa do sindicato é ampliar a Operação Cumpra-se a Lei. Trata-se de orientação nacional da Confederação Nacional dos Policiais Civis (Cobrapol), acolhida como campanha permanente pela Ugeirm. Na Operação Cumpra-se a Lei, os agentes não realizam mais atribuições privativas de delegados de polícia, conforme estabelece o Código de Processo Penal. Logo, a autoridade policial deve estar presente na lavratura de flagrante, inquirindo partes e testemunhas. O delegado deve conduzir oitivas, cumprir requisições judiciais e elaborar relatórios de inquérito policial.