Os serviços de emergências da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros que atendem respectivamente pelos números 190 e 193 sempre foram alvo de trotes e brincadeiras, especialmente por parte das crianças.
Atualmente, na Brigada Militar, cerca de 52% das ligações são trotes. No Corpo de Bombeiros elas são de seis a oito por dia. Obviamente as centrais telefônicas das instituições possuem identificadores de chamada para que ao menos se saiba de onde a ligação partiu. Conforme o tenente Daisson, da Brigada Militar, todas as ligações são atendidas e não há como impedir que as pessoas continuem a passar trotes. “Normalmente, o que fazem é, quando o policial atende a ligação, dizerem algum palavrão e desligarem. Não há como prever este tipo de coisa. Dificilmente as pessoas ligam informando alguma ocorrência falsa, até porque o policial que atende à ligação faz uma triagem para certificar de que há alguma coisa séria acontecendo e nós somos obrigados a atender às ligações”, explicou.
A maioria dos trotes telefônicos ocorre durante os horários de entrada e saída das escolas, especialmente dos telefones públicos existentes nestas proximidades. “Além do transtorno para os nossos telefonistas, acaba ocupando uma linha que poderia estar sendo utilizada para a comunicação real de alguma ocorrência”, disse o tenente Daisson.
Além dos trotes, o tenente também alerta para outros usos que a população faz do número 190. “Até quando falta luz as pessoas ligam para o 190. Outras questões como, informações de trânsito e orientações a civis também acontecem bastante. Outra particularidade são as ligações de celulares outras cidades que acabam caindo na nossa central, o que representa cerca de 1% das ligações recebidas”, avaliou.
No total de ligações recebidas pelo 190, apenas 13% são de fato ocorrências. “A partir dos dados que temos aqui, podemos dizer que a população não sabe utilizar o 190. Muitas vezes recebemos ligações em que não cabe a intervenção policial, para várias questões as pessoas buscam informação conosco. Mas pedimos que o 190 seja utilizado apenas para as ocorrências policiais”, afirmou o tenente.
Bombeiros também são alvos de brincadeiras
No Corpo de Bombeiros a situação não é diferente. Conforme o tenente Paulo Roberto, a média de trotes ao quartel é de seis a oito ligações diárias. “A situação daquele trote maldoso, em que a pessoa simula uma ocorrência é raro. O que acontece bastante são as brincadeiras das crianças. É uma situação prejudicial que ocupa a linha telefônica e se alguém precisa do nosso atendimento o ramal está ocupado”, explicou.
Ainda segundo o tenente, em geral, o próprio telefonista resolve o problema ao dizer que o número está identificado e que uma viatura da Brigada Militar irá até o local. A Brigada Militar com o Proerd e o Corpo de Bombeiros com a Superliga da Prevenção, fazem um trabalho de conscientização nas escolas quanto á prática do trote telefônico para orientar as crianças sobre a gravidade de uma situação como essa.
Também conforme o tenente Paulo Roberto, é muito difícil flagrar alguém realizando essas ligações. “Uma ligação de um telefone público, não há como identificar esta pessoa, a não ser que haja um flagrante. É um trabalho mais conscientização mesmo, levando isto aos pais e responsáveis, para que as crianças tenham a consciência de não fazer isto e que no momento em que fizerem isso a linha poderá estar ocupada enquanto alguém realmente precisa de atendimento”, disse.