Uma professora do segundo ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Joaquim Fagundes dos Reis foi agredida por um aluno de oito anos durante a aula de terça-feira (26). Após levar um soco no rosto desferido pela criança, a professora decidiu registrar ocorrência na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento. De acordo com a diretora da escola, Jucênia Albretch, o aluno é reincidente em agressão a professores e nas outras vezes em que isto ocorreu, o pai do menino culpou a educadora. “Na primeira vez, o pai julgou que a professora teria sido responsável pela agressão, mas na segunda vez a professora se sentiu muito agredida, não só física, mas também emocionalmente, por levar um tapa no rosto de uma criança de oito anos.
Então, desta vez, como o pai havia dado razão à criança no outro episódio, ela resolveu registrar a ocorrência na delegacia. Se o professor tentar se defender é acusado de agressão e então vai apanhar e ficar quieto? A professora saiu da escola muito debilitada, chorando muito”, contou.
Também segundo a diretora, apesar do fato de o menino ser reincidente, não há mecanismo legal que permita à escola desligar o aluno e que ele procure outra instituição. “A lei não me permite fazer isso. Mas eu acredito que quando este menino retornar à escola, a única coisa que posso fazer é exigir que ele tenha acompanhamento psicológico. Inclusive, existem outros pais de alunos que gostariam que isto acontecesse, porém não posso solicitar que ele saia”, explicou.
A diretora também explicou que a turma de 25 alunos pela qual a professora é responsável está dispensada das atividades escolares até que se encontre uma substituta, porém, há falta de professores. “Não existem professores para substituí-la. A Coordenadoria Regional de Educação nos informou que não foram encontrados professores para substituí-la. A turma foi dispensada até que haja uma solução”, esclareceu. Os pais deverão ser responsabilizados pela agressão perpetrada pelo estudante. “Acredito que a questão da impunidade nesses casos contribui. Neste caso, a criança é reflexo dos pais. A própria escola, de certa forma também é responsável, já que tentamos absorver uma questão que não cabe a ela”, disse referindo-se a outros episódios que ocorrem nas escolas mas acabam não sendo divulgados.
Ainda de acordo com a diretora, estas questões aparecem com frequência, porém os professores preferem não ser expostos. “A escola está apoiando a professora e todos os professores sabem agora que eles têm este apoio. A ideia que se tem é de que este foi um caso isolado, mas passamos por isso diariamente. Tentamos resolver internamente, conversando com os pais. É terrível que uma criança de oito anos tenha que comparecer à delegacia”, observou.
A diretora também acredita que com a divulgação deste episódio, os pais deverão se preocupar em impor limites aos filhos para que situações como esta não se repitam. “Estes pais terão um processo pela frente. Com as informações que eu recebi, eles serão investigados como pais. Espero que isto realmente aconteça”, disse.