Posto de combustíveis sofre 10º assalto este ano

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Inaugurado em 2000, o Auto Posto BR Petrópolis, na avenida Brasil,  distante cerca de 500 metros entre o Posto da Polícia Rodoviária Federal  e a Delegacia de Pronto Atendimento da Polícia Civil,  sofreu no domingo passado, o 38º assalto. Por volta das 18h, um homem, armado com um revólver invadiu a loja de conveniência, rendeu o funcionário e fugiu levando o dinheiro do caixa.  Somente este ano, o proprietário já contabiliza 10 roubos. 

A sequência de assaltos no estabelecimento não tem causado apenas prejuízos financeiros.  Funcionários convivem permanentemente com o medo.  Durante os 11 anos de empresa, Vanderlei Drehmer, 46 anos, já ficou pelo menos 15 vezes na mira de revólveres, espingardas e pistolas. Na tentativa de fugir da violência, deixou de fazer o turno da madrugada, mas não adiantou. No assalto de domingo, era ele mais uma vez quem estava no caixa. “O homementrou de cara limpa. Percebi que estava drogado; a mão que segurava o revólver tremia. Nestes casos, o pânico é ainda maior. Qualquer movimento mais brusco a arma pode disparar” lembra. O sistema de monitoramento de câmeras do posto gravou toda a ação. As imagens já foram encaminhadas para 1ª Delegacia de Policia, responsável pelas investigações.

Dos 10 roubos registrados desde o início do ano, a vítima estava de serviço em três deles. Casado e pai de dois filhos, o funcionário já tem data prevista para deixar a atividade: março de 2013, quando encaminha os documentos para tentar a aposentadoria e conseguir uma renda extra na profissão de pedreiro. “Vou trabalhar por conta. Do que jeito que está não dá mais, tenho que pensar nos meus filhos” desabafa.

Funcionária do posto há oito anos, Juliana da Silva Trindade, 29, também conhece de perto os riscos da atividade. Responsável pelo atendimento do caixa, foi vítima de três assaltos. Um deles, inclusive, quando estava no oitavo mês de gravidez. Assim como o colega, ela também pretende deixar o serviço assim que tiver outra oportunidade emprego. “Eu acho muito complicado ficar aqui. A gente não tem segurança nenhuma” afirma.

 

Entrevista – Vanderlei Federizi – proprietário do posto

“Estou me preparando para reagir”

 

Nem mesmo o investimento de aproximadamente R$ 15 mil para instalação do sistema de câmeras espalhadas pelo posto, além degrades nas janelas e portas, foi suficiente para conter a onda de assaltos.  Além da loja de conveniência, o escritório do estabelecimento foi invadido pelo menos três vezes. As marcas da violência não estão apenas nas aberturas das portas,destruídas durante um dos roubos. O proprietário Vanderlei Federezifaz questão de mostrar as lesões na cabeça e nas costas provocadas por golpes de coronhadas. Em entrevista ao O Nacional, o empresário disse que a possibilidade de acontecer o próximo assalto a qualquer momento, é uma tortura psicológica permanentepara ele e funcionários. Em tom de desabafo, afirmaestar cansado com esta situação e disposto a reagir.

 

ONO sistema de câmeras não foi suficiente para intimidar um pouco a ação dos assaltantes?

Empresário – Não. Os roubos ocorrem durante o dia e de madrugada. No último deles, o ladrão nem se preocupou em esconder o rosto. Vivemos em pânico o tempo todo. Eu praticamente durmo em frente às câmeras preocupado com a integridade físicados meus funcionários.

ONAlém do prejuízo financeiro, o abalo psicológico é ainda mais preocupante nessa situação?

Empresário – Sem dúvida. Estou com dificuldade em contratar novos funcionários. Muitos deles já foram embora por causa dessa violência. Ninguém mais quer trabalhar para não se arriscar. Estão com medo. Quem agüenta a pressão de estar comuma arma apontada contra a própria cabeça. Vamos esperar que aconteça uma tragédia com um inocente? Sem contar os prejuízos financeiros. O que a gente ganha trabalhando, os bandidos estão levando.

ON –Os casos todos foram registrados?

Empresário – Registramos sim. Encaminhei à polícia as imagens dos roubos. Teve uma situação queo mesmo marginal nos assaltou três vezes na mesma semana. Nós estamos presos aqui atrás das grades e os bandidos estão soltos. Quero aproveitar para dizer que estou mepreparado para reagir.

ON– De que forma o senhor pretende reagir?

Empresário – Já tive oportunidade de reagir com segurança, mas evitei para não me incomodar, daqui para frente não sei o que poderá acontecer. 

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