A assembleia realizada na tarde de ontem (13) em Porto Alegre pelos policiais da Polícia Rodoviária Federal decidiu pela greve por tempo indeterminado. A paralisação passa a valer depois de 72h da decretação, prazo exigido pela legislação. Com isso, a partir de quinta-feira (16) somente os acidentes com vítimas serão atendidos. Conforme o sindicato da categoria, a comunicação sobre a greve à administração seria realizada ainda ontem.
“Em princípio, a orientação que temos é que o atendimento será feito nos acidentes com lesões, mas não será encerrado boletim e acidentes sem lesões, sem vítimas, não serão atendidos”, explica o representante sindical em Passo Fundo, Anildo Oliveira de Souza. De acordo com ele, a Delegacia de Passo Fundo, que compreende postos de Passo Fundo e Erechim, abrange 25 policiais. “Uma vez votada a greve em assembleia, a central sindical repassa as orientações para os policiais, então é feito aquilo que é acordado pela central”, completa o policial.
Esta é a primeira vez, em mais de 80 anos de existência da categoria, que os policiais rodoviários federais entram em greve. De acordo com o presidente do sindicato no RS, Francisco Von Kossel, a greve irá reduzir em 70% o efetivo, cumprindo apenas os 30% previstos na Lei da Greve. A determinação é para que na quarta-feira os chefes dos núcleos de seções entreguem os seus cargos.
O baixo número no efetivo e a falta de investimentos estão entre as principais reivindicações. Além disso, o sindicato acredita que sem investimentos o país poderá sofrer um colapso em eventos como a Copa e a Olimpíada. Os policiais reivindicam ainda o fim dos desvios de função. Segundo o sindicato, a PRF não possui quadro próprio de servidores o que faz com que policiais trabalhem nos setores administrativos e até mesmo na manutenção de viaturas. Atualmente o RS possui 685 policiais rodoviários, quando o efetivo ideal seria de 1.576, conforme o sindicato.
