O delegado regional de Polícia Paulo Videla Ruschel disse ontem que já determinou abertura de inquérito para apurar as circunstâncias da invasão da DPPA que culminou na morte de um preso que estava sob custodia policial. O caso aconteceu na tarde de terça-feira, quando o pai de uma vítima de assalto entrou na Delegacia sem ser interceptado, dirigiu-se até a sala de triagem e desferiu uma facada no peito de Vinícius Rafael Fabiani, autor do assalto e que havia sido preso pela Brigada Militar, pouco antes.
Ruschel condena a atitude do pai da vítima, de fazer justiça com as próprias mãos, já que, cabe às instituições de segurança proceder, como aconteceria nesse caso em específico. “Ele estava preso em delito pelo crime de roubo e a polícia iniciava os procedimentos para, em seguida, fazer a lavratura da prisão em flagrante. Então, seria, certamente, recolhido ao presídio”, explica, orientando que ao cometer esse crime, o responsável, além de correr riscos, colocou em risco a vida de terceiros. “O que se verifica é que o prédio central de polícia está em fase de conclusão, temos um prazo de seis meses para que seja concluído e, nesse meio tempo, a DPPA também está em vias de se readequar”, pondera.
Para obter maior segurança será alterada a estrutura física do local com duas entradas: um acesso para os presos, outro para as vítimas, justamente para evitar o contato entre eles. “Temos que entender que o que aconteceu foi um caso totalmente isolado, de certa forma, inesperado. Ninguém espera que uma pessoa envolvida emocionalmente com a vítima, ou a própria vítima, entre, de maneira tão rápida no recinto, assim como aconteceu”, diz.
Segundo ele, a sala de triagem – que se destina, justamente, para a análise prévia dos fatos antes de recolher os presos – foi implantada, para que os presos não ficassem no mesmo ambiente que os demais e, com a conclusão da central, essa situação será revertida.
Em liberdade
O autor da morte do assaltante, que havia sido preso em flagrante, foi solto ainda na noite de terça (13), por determinação da Justiça. Além de ser réu-primário, a Justiça acatou a alegação da defesa de que teria agido sob forte emoção. Ele responderá por homicídio doloso em liberdade. O caso já foi encaminhado ao Ministério Público.
