A empregada doméstica Noeli Elisabete Inocêncio de Assis, de 28 anos, morreu no dia 15 de fevereiro do ano passado após permanecer internada por 20 dias no CTI do Hospital São Vicente de Paulo em função das queimaduras sofridas em um incêndio na residência em que morava na Rua Albino Lazzaretti, no bairro Bom Jesus.
O que parecia ter sido um acidente transformou-se em tentativa de homicídio perpetrada pelo ex companheiro de Noeli, Marco Antônio Maciel Medeiros, de 38 anos. Noeli teve queimaduras em 60% do corpo e além das queimaduras a vítima também inalou a fumaça do incêndio, o que causou lesões nas vias aéreas e fez com que durante o tempo que ficou internada, respirasse por aparelhos até falecer em função da gravidade das queimaduras.
A sentença, de 25 anos e seis meses de reclusão foi proferida na sexta-feira (23), pelo juiz Orlando Fachini Neto, que está atuando este mês também na 1ª Vara Criminal. A defesa do acusado ficou a cargo de um defensor público. O criminoso foi absolvido da acusação de tortura, uma vez que a promotoria entendeu que não se tratava de um crime autônomo. A decisão dos jurados pela condenação foi unânime.
O assassinato de Noeli foi o terceiro homicídio pelo qual Medeiros foi condenado. Ele cumpria pena por homicídio no Presídio de Ijuí, de onde foi solto em liberdade condicional no fim de dezembro de 2010, pouco tempo antes de matar a ex companheira, que já havia solicitado medidas protetivas em razão do comportamento violento do criminoso.
No dia do crime, 27 de janeiro do ano passado, o acusado foi até a residência da vítima e a agrediu, tendo, inclusive, humilhado a mulher, fazendo com que ficasse nua na calçada em frente aos vizinhos. À época do crime, a família de Noeli acusou a Brigada Militar de não ter atendido a ocorrência quando o acusado estava agredindo a vítima e ainda não havia incendiado a residência, sendo que as agressões começaram no início da tarde e o incêndio aconteceu por volta das 20h.
O acusado foi preso no dia 28 de janeiro do ano passado na casa de familiares e foi internado no mesmo hospital, pois, durante o incêndio, segundo o depoimento dele durante o julgamento, teria entrado na casa em chamas para tentar resgatar Noeli. A vítima era mãe de quatro filhos que ficaram sob a responsabilidade da avó materna.