Pequenos municípios sofrem com assaltantes de banco

Agência do Banrisul de Tio Hugo teve um caixa eletrônico dinamitado na madrugada de quarta-feira, mas criminosos não conseguiram levar o dinheiro

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Nos últimos meses, municípios pequenos de todo o Estado que sempre viveram sob paz e tranquilidade vêm sendo alvos de grupos especializados em furtar e roubar dinheiro dos caixas eletrônicos das agências bancárias. A região da Serra é a que tem sido mais visitada pelos criminosos, porém, próximo daqui também há ação destes grupos.

Somente em um raio de 100 quilômetros de Passo Fundo foram sete episódios, sendo que o município de Tio Hugo foi alvo duas vezes, a última vez na madrugada de quarta-feira (19). De acordo com informações da Brigada Militar de Soledade, os criminosos dinamitaram um caixa eletrônico da agência do Banrisul, mas não conseguiram levar o dinheiro.

Segundo testemunhas, os criminosos eram quatro homens que fugiram em um automóvel de cor escura e foram feitas buscas pela região na tentativa de capturá-los.

Os municípios de Sertão, Nova Bassano, Guaporé, Casca, Sananduva, Vila Maria e David Canabarro já sofreram com a ação dos bandidos, embora em David Canabarro os criminosos também não tenham conseguido levar o dinheiro do caixa eletrônico.

De acordo com o delegado Adroaldo Schenkel, titular da Delegacia Especializada em furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec), responsável pela investigação de alguns destes casos, apesar de as cidades vizinhas serem alvos dos ladrões, não há ainda nenhum indício de que algum grupo organizado da cidade esteja por trás dos assaltos. “As investigações não apontam nenhuma relação com Passo Fundo, pelo menos por enquanto”, explicou.

Também segundo o delegado, os municípios que sofrem as ações dos criminosos, além de contarem com um efetivo reduzido de policiamento preventivo, até mesmo por não terem grande população, não contam com uma preocupação dos próprios bancos em relação à segurança das agências. “São locais com muito dinheiro e desprovidos de vigilância efetiva, com portas de acesso frágeis. Os bancos não investem em segurança, nem mesmo em monitoramento das agências de uma região, o que levaria à percepção e o acionamento imediato a qualquer suspeito. Uma ação em que é utilizado um maçarico para cortar o equipamento é demorada. Ou em casos em que há a explosão do caixa eletrônico os bandidos geralmente bloqueiam a porta e retornam após a explosão. Com o monitoramento este tipo de situação poderia ser evitada”, disse.

O comandante do 3° RPMon da Brigada Militar, tenente coronel Fernando Carlos Bicca afirmou que nos municípios de abrangência do Regimento há um trabalho de coerção deste tipo de delito. “Além do patrulhamento normal, efetuamos patrulhas que reúnem efetivos de três ou quatro grupamentos próximos em locais que se presuma a circulação de quadrilhas dedicadas a este tipo de crime. Claro que isto não impede totalmente, mas dificulta já que não informamos nem o dia e o local em que estas barreiras são realizadas”, disse.

Também de acordo com o comandante do 3º RPMon, há alguns locais que são mais visados, especialmente em função das questões geográficas. “Os municípios mais próximos à região serrana são os que mais sofrem com isso. Em função das medidas que temos tomado nesta região não houve mais nada de concreto e os assaltantes sabem onde eles terão maiores problemas, o que não significa que não possa acontecer”, esclareceu.

Apesar de os crimes deste tipo se concentrarem em cidades próximas, o comandante do 3º RPMon afirma que este tipo de crime não pode ser descartado em Passo fundo, porém o município está preparado para esta situação. “Há alguns anos não tínhamos assaltos a banco em Passo Fundo e no ano passado tivemos um. Mas também tivemos a possibilidade de fazer a prisão dos criminosos, o que torna mais delicado para eles planejarem as ações em um lugar onde a probabilidade de serem presos é muito grande”, destacou.

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