Duas denúncias de abuso à crianças em menos de quatro dias

Os casos vem sendo investigados pela DPCA

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A primeira denúncia ocorreu no sábado (22), dentro de um hospital de Passo Fundo, quando o pai chegou para visitar o filho que passa por tratamentos de quimioterapia e radioterapia, pois sofre com câncer ósseo e leucemia. O menino, de apenas 6 anos, entrou em estado de choque ao avistar o pai e contou a médica e a conselheira que lhe atendeu sobre os detalhes dos abusos pelo qual passava.  

O acusado não foi preso, já que não houve flagrante, nem foram encontradas provas suficientes. Segundo a delegada plantonista da data, Rafaela Bier, o exame preliminar foi solicitado mas não acusou o abuso. A criança também não foi ouvida, pois estava muito fragilizada com a situação e cansada, sendo, portanto, poupada de maiores desgastes. O menino permanece internado, em estado estável e, o Conselho Tutelar do seu município procura, segundo informações, delegar um tutor para acompanhá-lo.

O Conselho ainda irá registrar um boletim de ocorrência contra a mãe da vítima, por abandono. Investigações vêm sendo realizadas para apurar se houve omissão familiar a respeito dos abusos, antes da internação da criança.

A segunda denúncia foi na noite deste Natal (25), após a Brigada Militar atender um caso de Maria da Penha, no Zacchia. A vítima estava sendo espancada pelo companheiro, que investia com uma faca contra a cônjuge, quando a guarnição determinada a atender a ocorrência chegou ao local. O acusado fugiu no momento que ouviu a viatura chegar. A mulher relatou suspeitar que o marido abusa sexualmente de três dos quatro filhos do casal, de 6,  10 e 13 anos de idade. A mulher e os filhos foram encaminhados à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento desejando representar contra o acusado. Todos solicitaram medidas protetivas, tal como, acolhimento na casa de proteção.

Segundo a conselheira Tutelar da microrregião 2, Jussara Gazzola, o Conselho Tutelar de Passo Fundo trabalha com suspeitas. “Não precisa esperar acontecer para denunciar. Quando a criança começa a apresentar sintomas no olhar ou nos gestos, a denúncia já pode ser realizada”, diz.

Nos casos em que o abusador é o próprio pai ou mora na mesma casa da vítima, o Conselho busca na família alguém próximo que possa ficar com a criança enquanto passa pelo atendimento de avaliação psicológica das equipes do Cepia e do Creas, organizações que prestam atendimentos às vitimas, até chegar a uma avaliação conclusiva a respeito da veracidade do abuso.

Se os familiares se recusarem a ficar com a criança ou adolescente ou, ainda, se não houver alguém responsável, o Conselho acolhe emergencialmente em uma das três casas de acolhimento, existentes no município, até ser encontrado um local apropriado para a sua moradia.

O delegado da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente, Mário Ferri, vem trabalhando, junto a sua equipe, na apuração de ambos os casos e acredita que até a próxima semana os inquéritos estarão finalizados.

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