A Ponte da Amizade, na fronteira entre Brasil e Paraguai, transformou-se na ponte da tristeza para a família, amigos e parentes de Noiara Elisabete Bonatto de Souza, de 26 anos, baleada na manhã de sábado no lado paraguaio da ponte. A vítima foi encaminhada para o Hospital Ministro Costa Cavalcanti e posteriormente para o Hospital Municipal de Foz do Iguaçu onde faleceu no mesmo dia. O ladrão que atirou na vítima, ainda assaltou um casal de Getúlio Vargas e levou R$ 4 mil. Ele fugiu em uma moto com placas do Paraguai em direção ao Brasil e ainda não foi encontrado pela polícia.
A viagem para fazer compras no Paraguai terminou de forma trágica para a estudante de Pedagogia. Ela e o namorado estavam atravessando a Ponte da Amizade quando a jovem foi baleada. “Eram mais ou menos seis horas da manhã e um homem passou correndo, virou e atirou em Noiara. Só depois de atirar ele anunciou o assalto. De nós ele não levou nada ficamos sabendo mais tarde que eles roubaram apenas o casal que estava atrás de nós. Não houve nenhuma reação. O cara simplesmente virou e atirou”, revelou o namorado da vítima, Diego Freitas.
O ladrão que atirou agia com mais dois comparsas. Todos fugiram em garupas de mototaxistas em direção ao Brasil. Os bandidos roubaram R$ 4 mil do grupo de Getúlio Vargas que ajudou a socorrer Noiara.
A vítima trabalhava em uma loja de um shopping em Passo Fundo e tinha uma filha de 9 anos. A avó da filha de Noiara, Neiva Gobbato, disse que ela era uma ótima mãe e uma pessoa maravilhosa. “O que aconteceu foi um absurdo. Queremos justiça”, disse Neiva.
O padrasto de Noiara, Oscar da Silveira, contou que ela era muito inteligente, trabalhadora e queria vencer na vida. “Ela fazia faculdade, era muito querida e disposta. Isto é muito triste”, declarou Silveira.
O corpo foi transladado para Passo Fundo e chegou por volta do meio-dia de domingo. O velório e o sepultamento foram realizados ainda no dia de ontem no Memorial Vera Cruz.
Grupo de Getúlio Vargas ajudou no socorro
Mesmo sem conhecer a vítima e o namorado dela, o grupo de turistas de Getúlio Vargas que foi assaltado durante a ação ajudou a socorrer Noiara. “Ajudei a carregar a Noiara porque o Diego (namorado da vítima) não tinha mais forças. Nos revezamos até chegar na Van que foi acionada para levar Noiara até o hospital. O cara que atirou parecia ser brasileiro, porque falava português, e estava bem vestido. Foi pura covardia”, relembrou um dos rapazes que ajudou a carregar Noiara e que preferiu não ser identificado.
Falta de segurança na fronteira
O grupo de turistas de Getúlio Vargas e o namorado de Noiara revelaram que não há segurança no local. “A segurança é bem reduzida e os policiais paraguaios não se preocuparam em nos ajudar”, disse o namorado da vítima.
A polícia brasileira registrou o número das placas das motocicletas utilizadas na fuga e estão sendo feitas buscas em Foz do Iguaçu. Noiara foi baleada no lado paraguaio da ponte e por isso, a investigação será realizada pela Polícia Nacional do Paraguai.
