A vítima já sofreu o delito, precisou se deslocar para realizar o registro, por muitas vezes, faltou o trabalho e, ainda, é submetida a horas intermináveis e a falta de tolerância de plantonistas para ser atendido. Esse é o presente cenário encontrado por pessoas comuns, que aguardam o atendimento na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Passo Fundo, responsável pelo registro das mais diversificadas ocorrências.
A Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento tem um efetivo reduzido se comparado ao grande número de registros diários. De acordo com o delegado titular da DPPA, Gilberto Mutti Dumke, a situação se agrava neste período de férias, que vai até abril. “Nós temos um trio trabalhando no plantão, mas, durante cinco meses, temos somente as duplas, já que é preciso respeitar uma escala de férias, que dura este tempo”, explica.
Durante este período, quem espera, acaba se revoltando: “Eu vim ontem, esperei a tarde inteira e desisti. Fui embora por que ainda ia demorar. Hoje retornei, aguardei durante horas, para me informarem que não era nesta delegacia que eu tinha que realizar os procedimentos”, desabafa uma mulher, que preferiu não se identificar.
Quando a sala da espera está cheia, os policiais atendentes contam com o apoio da Equipe Volante, porém, a outra equipe também tem suas atribuições: flagrantes e acidentes do município e região. “O efetivo é, realmente, um problema que enfrentamos, não só aqui no município, mas em todo o estado”, diz.
Entre tantos outros, um homem – que não quis identificar-se – saiu perturbado do local: “Eu fui perguntar se podia passar, já que a minha ficha era a próxima e o policial me respondeu, áspero, para que sentasse e ficasse quieto”, declarou.
Conforme Dumke, algumas mudanças já foram realizadas internamente para melhorar a qualidade de atendimento. “Mudamos o regime de trabalho de 24h para 12h, justamente para tentar qualificar o atendimento, afinal, quando se está descansado, se trabalha melhor”, elucida.
O delegado salienta que a delegacia funciona como um pronto-socorro, onde não há previsibilidade quanto a chegada das vítimas. “Não existe um horário em que virão mais pessoas e outro que virão menos. Em alguns dias está cheio, em outros vazio”, comenta. A chegada de flagrantes, junto a Brigada Militar, tem prioridade, o que contribui para estender a espera. “Temos que atendê-los quando chegam, afinal precisamos liberá-los rapidamente para que possam voltar ao trabalho deles, que é o de fazer a segurança nas ruas”, diz. A expectativa é que com o novo concurso da Policia Civil, que deve sair ainda este ano, a DPPA seja contemplada com um acréscimo de servidores.
O delegado ainda orienta sobre a possibilidade de realizar o registro de ocorrências online, quando for perda de documentos, furtos simples ou acidentes com pequenos danos materiais, a fim de evitar o acumulo e o transtorno. E lembra que se houve um mau tratamento, é possível formalizar a queixa contra o próprio servidor.
Mau atendimento causa transtornos na DPPA
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