Polícia Civil investiga tentativas de homicídio

Episódios ocorreram em via pública e podem estar relacionados com acertos de contas entre criminosos

Por
· 3 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Dois crimes ocorridos no final de semana chamaram a atenção da polícia. Durante a noite de domingo (17), dois homens foram baleados em via pública em Passo Fundo. A primeira tentativa de homicídio ocorreu por volta das 22h30 na Avenida Brasil, no cruzamento com a Rua Ângelo Preto e a vítima foi um malabarista que atua no local.

Conforme o relato da ocorrência policial, a vítima foi atingida por quatro disparos, sendo três nas costas e um no braço direito. Ele pediu socorro a um policial civil que retornava à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento e que acionou o Corpo de Bombeiros para que o homem, identificado como Fernando da Silva, fosse levado ao hospital.

Ele foi encaminhado ao Hospital da Cidade onde foi submetido a uma cirurgia para a retirada das balas. 

Agentes da Equipe Especializada em Homicídios da 1ª Delegacia de Polícia identificaram o autor dos disparos, que prestou depoimento durante a tarde de segunda-feira (18). No depoimento ele afirmou que efetuou os disparos contra a vítima e que o motivo da tentativa de homicídio seria pelo fato de o malabarista mexer com a companheira dele.

Apesar da confissão do acusado, a polícia trabalha com outra hipótese. A companheira do acusado foi presa por tráfico de drogas no último dia 13 e, para os policiais, ele acredita que a vítima teria entregado a mulher para a Brigada Militar, que efetuou a prisão. Após prestar depoimento, o acusado foi liberado, já que se apresentou voluntariamente e cooperou com as investigações.

Vítima baleada no Centro tem envolvimento com crimes
Já na madrugada de segunda-feira, por volta de 1h30, outra tentativa de homicídio em via pública foi registrada. Desta vez no cruzamento da Rua General Osório com a Rua Capitão Eleutério, no Centro. A vítima, Jeferson Rek, de 27 anos, foi ferida por seis tiros disparados pelos ocupantes de um automóvel Focus de cor prata que estavam encapuzados.

Ele estava em um automóvel Fiat Idea de cor prata quando foi interceptado pelo veículo em que estavam os atiradores. Conforme o relato da ocorrência policial, após efetuarem alguns disparos, os atiradores desceram do Focus e se aproximaram do veículo da vítima e um deles apontou a arma para a cabeça de Rek, porém, a arma falhou.

Depois disso, os criminosos fugiram. O automóvel utilizado por eles foi localizado pouco tempo depois incendiado na Rua Antônio Araújo, no bairro Annes e estava circulando com placas diferentes das originais, além de ter registro de roubo. A vítima foi encaminhada ao Hospital São Vicente de Paulo.

Policiais da 1ª DP estiveram no hospital para tomar o depoimento da vítima, que tem antecedentes por tráfico de drogas e roubo. Ele contou que não reconheceu os atiradores, mas mesmo que soubesse quem eles seriam não informaria aos policiais. “Essa é a lei entre os criminosos. Eles não querem o envolvimento de ninguém nos problemas entre eles. Estamos investigando se há a possibilidade de algum desacerto em algum crime ou coisa parecida”, disse o chefe de investigações da 1ª DP, inspetor Volmar Menegon.

A polícia também trabalha com a hipótese de a tentativa de homicídio ser uma retaliação por outra tentativa de homicídio, ocorrida no dia 24 de fevereiro na Rua Coronel Mostardeiro na Vila Operária, onde uma criança de um ano e meio foi baleada. A vítima teria sido o responsável por levar um adolescente de 14 anos e outro homem até o local para atirar contra um desafeto.

O adolescente, inclusive, fora apreendido pela 1ª DP na casa de Rek portando um revólver há duas semanas e o teve o pedido de internação no Case negado.

Acertos de contas são feitos em qualquer lugar
De acordo com o comandante do 3o RPMon, Tenente Coronel Fernando Carlos Bicca, um dos fatores para que os crimes como o homicídio e as tentativas tenham deixado de acontecer em torno do presídio, antes bastantes comuns, é a instalação das câmeras de monitoramento, focadas para a entrada e saída do local. Entretanto, acredita que os dois crimes ocorridos neste domingo não revelem uma tendência. “Os acertos de contas acontecem em qualquer lugar da cidade, devido às circunstâncias. Muitas vezes eles se deparam com o alvo e nem pensam, só executam a ação”, comenta.

O comandante acredita que essas pessoas que fazem parte do cenário do crime, tem um perfil próprio e define a personalidade desses deles como anti-sociais. “Eles não tem freio moral, como nós, pessoas de bem, que os impeça de cometer um crime em meio ao movimento, colocando outras pessoas em risco”, enfatiza.

Prova disso são os registros em locais tidos como seguros, em que já ocorreram execuções. Mas, para o comandante, os acertos, de fato, não seguem uma tendência. “Caso isso comece acontecer com maior freqüência, passaremos a avaliar esta questão, mas não podemos definir isso agora, pois são necessários estudos a cerca desse caso”, conclui.

Gostou? Compartilhe