Um detento do regime fechado do Presídio Regional de Passo Fundo estaria acessando as redes sociais através do telefone celular. Uma denúncia encaminhada à redação de O Nacional através de um e-mail relatando o caso e com um link para acesso ao perfil do apenado levou à constatação de que realmente o preso mantém a conta do Facebook atualizada. De fato, a última atualização do perfil foi feita durante a manhã de terça-feira (2), por volta das 10h quando o detento modificou o seu nome no perfil e a foto, exibindo o retrato de um cãozinho. Outro fator que indica o acesso irrestrito do apenado à internet é o fato de ter excluído manifestações de seu perfil que fazem referências ao cárcere.
Segundo o diretor do Presídio Regional de Passo Carlos Jovêncio Dorneles de Oliveira, ainda durante a tarde de terça-feira seria realizada uma revista na cela em que o acusado está alojado. “O que podemos fazer em um primeiro momento é investigar, revistar a cela e tentar localizar o telefone celular que ele estaria utilizando. Caso se confirme esta situação, ele responderá a um processo administrativo. O caso será encaminhado ao juiz de execuções criminais que decidirá o que vai acontecer com o detento caso fique comprovado”, explicou.
De acordo com o delegado da 4ª Região Penitenciária da Susepe, José Marlei Frighetto, não há crime no fato de o criminoso utilizar o telefone celular dentro da cadeia, o crime é entrar ou tentar adentrar a casa prisional e entregar o aparelho ao detento. “Infelizmente, o fato de o apenado portar um telefone celular dentro do presídio não é crime. Nossa maior dificuldade neste caso é em relação ao chip do aparelho. O telefone uma hora ou outra vai aparecer, mas o chip é muito pequeno, pode ser guardado em qualquer lugar. Isto sem mencionar o fato de que o detento pode passar este telefone para os apenados de outras celas e este aparelho ficar circulando até retornar a ele”, disse.
Ainda conforme Frighetto, a nova geração de telefones celulares que permite acesso à internet e a grande quantidade de aparelhos arremessados para dentro do Presídio Regional de Passo Fundo contribuem para que este tipo de situação ocorra, embora o último caso nestes moldes tenha sido registrado há dois anos. “Enquanto não houver uma legislação que criminalize o porte de telefone celular dentro dos presídios ou bloqueadores de telefone celular isso vai continuar acontecendo. Pela quantidade de apreensões e arremessos que temos registrado, surpreende o fato de ter levado tanto tempo para que um caso assim não ter acontecido antes”, afirmou.