A Polícia Civil prendeu neste final de semana o suspeito do assassinato de seis taxistas - três de Santana do Livramento e, o restante, da Capital. O preso, de 21 anos, confessou a autoria dos crimes e disse que as mortes tiveram motivação financeira. Ele apresentou detalhes sobre como ocorreram os crimes, revelando a roupa que estava usando, os objetos subtraídos das vítimas e os locais onde os corpos foram deixados.
Os primeiros três taxistas foram encontrados mortos, no dia 28 de março, sendo dois em Santana do Livramento e um em Rivera, no Uruguai. Dois dias após, na Capital, mais três taxistas foram assassinados em um intervalo de cerca de 3 horas, na madrugada do dia 30 de março.
A Polícia Civil, por meio de imagens de câmeras de monitoramento, depoimentos e o cumprimento de um mandado de busca e apreensão conseguiu identificar o autor e reconstruir o trajeto dos crimes. A polícia identificou as roupas que o indivíduo estava usando e características de sua constituição física.
No sábado (13) pela manhã, foi cumprido o mandado de prisão temporária no momento em que o suspeito deixava sua residência, no Bairro Santa Cecília, na Capital. Na ocasião, foi apreendida a roupa utilizada no dia do crime e, após perícia, verificada a presença de sangue nos materias coletados, o que foi corroborado pela confissão do preso. O telefone celular de uma das vítimas da fronteira e a passagem de ônibus utilizada para vir para à Capital também foram encontrada no apartamento. As digitais do preso foram identificadas em um taxi, em Santana do Livramento.
Em seu depoimento, o suspeito revelou que teria utilizado o mesmo revólver, calibre 22, porém com munições diferentes. O preso era orientador educacional e dava aula de informática para crianças em uma empresa de cursos técnicos.
Agentes da Polícia Civil destacaram que o preso mostrou-se frio em seu depoimento, inclusive nos momentos em que descrevia detalhes da maneira como as vítimas morreram, dos locais onde realizou os crimes, todos próximos de onde ele já havia residido, e o que fez com os objetos de cada uma das vítimas.
As informações referentes à investigação e à prisão foram repassadas à imprensa em entrevista coletiva, no Palácio da Polícia Civil, neste domingo (14). Estiveram presentes o secretário em exercício da Segurança Pública, Juarez Pinheiro, o chefe de Polícia, Ranolfo Vieira Júnior, o comandante geral da Brigada Militar, Fábio Duarte Fernandes, o diretor do Instituto Geral de Perícias, Antônio Figini e os delegados que participaram da investigação.
Governador
O governador Tarso Genro concedeu entrevista coletiva na tarde deste domingo (14) sobre a prisão do suspeito de matar seis taxistas no Estado. O chefe do Executivo disse que acompanhou toda a investigação feita pelos órgãos de segurança desde o começo e que "este foi um minucioso trabalho que levou a um resultado positivo".
Perguntado sobre o local onde suspeito de matar os seis taxistas está preso, Tarso afirmou que recebeu a informação, "mas acho adequado essa pessoa não ficar exposta, pois existe um sentimento de raiva e de vingança, que é natural e humano que as pessoas tenham. O Estado tem a obrigação de mantê-lo seguro para que se possa fazer a justiça correta", disse.
O governador lembrou que estão prestes a ingressar na Região Metropolitana e Porto Alegre um total de 500 brigadianos concursados para reforçar a segurança pública. Afirmou também que não se pode dizer que não ocorrerão mais assaltos em nenhuma área. "Lastimavelmente a criminalidade vai existir sempre. O que nós temos que fazer é um trabalho para minimizá-la e para reduzi-la. Isto está sendo feito", ressaltou.
Tarso também pediu apoio à categoria no sentido de identificar pessoas que estão infiltradas na atividade. "Nós temos informações que existem muitos taxistas que trabalham a noite e que não são taxistas. Eles entram na profissão para cumprir outras tarefas no crime. E, neste sentido, os taxistas têm que tentar nos ajudar e informar melhor a polícia."
Secom