Após ter um traumatismo cranioencenfálico (TCE) e passar por intervenções cirúrgicas, o jovem de 17 anos, que foi
espancado em seu local de trabalho durante o expediente de trabalho na segunda-feira (15), encontra-se em fase
de recuperação com estado de saúde estável.
Na manhã de segunda-feira, o jovem saiu de casa e foi para o mercado, onde trabalha há quase um mês. O garoto
atuava como empacotador de compras, conciliando com os caixas, conforme a necessidade.
Por volta das 10h, um casal de adolescente chega a um dos caixas e, enquanto passa as suas compras, o
funcionário responsável as empacota. Os dois trocam olhares e algumas palavras. Quando o funcionário termina de empacotar as compras, larga a sacola e dá alguns passos para trás, onde aguardaria a saída do cliente, ao qual havia encarado. Neste momento, o inesperado: uma última encarada e, ao passar pelo funcionário, uma cuspida em seu rosto.
Como instinto, o jovem reage, atingindo a cabeça do cliente com um tapa que agressivamente retorna, o pega
pela cintura e o joga, com força, no chão. Já sem os sentidos, o funcionário não se defende, mas o agressor
continua em ação, desferindo uma sequência de socos na cabeça da vítima.
Quando se dá por satisfeito, sem que ninguém tivesse interferido, levanta e sai, tranquilamente, deixando o
garoto no chão do estabelecimento.
Em choque, os demais funcionários demoram alguns instantes para entender o que havia acontecido e, então,
chamar o socorro. As testemunhas dizem não conhecer o agressor, nem compreender qual foi o motivo do
desentendimento.
O adolescente foi encaminhado ao Hospital da Cidade, onde permanece internado, e, de acordo com o médico da
equipe de neurologia e neurocirurgia, Vanderson Araújo, obtendo melhora progressiva.
Em choque
De acordo com a irmã do jovem, de 31 anos, a mãe passava todas as manhãs no mercado para ver o filho. Ela não viu a ação, mas chegou a tempo de vê-lo sendo socorrido. A irmã conta que, por coincidência, ligou para a mãe logo depois do fato e ficou sabendo que o irmão estava sendo encaminhado ao hospital em estado grave.
Quatro dias depois do susto, o jovem começa a converçar, mas não lembra o que aconteceu, e a família não faz
questão de lembrá-lo. Conforme a irmã, os dois já se conheciam e havia uma implicância tola entre eles. "Eles
tinham jogado bola há um tempo atrás e deu uma briga no jogo, mas ninguém nunca imaginou, nem meu irmão
imaginava, que essa bobagem chegaria a esse ponto", desabafa.
A família passou por uma reorganização de horários para poder estar junto ao jovem no hospital o máximo do tempo possível. "Ele não come com mais ninguém, tem que estar eu ou a mãe lá. Estamos fazendo plantão: do horário que dá para chegar, até o horário precisamos sair", comenta.
A irmã relata que as preocupações não são, no momento em relação a indenização. A família quer o jovem
recuperado, com saúde. "Ele vai ter que ficar em casa por um tempo, em recuperação, sem trabalhar e tomando
remédios. Se for preciso, buscaremos judicialmente este auxílio, mas, por enquanto, não pensamos nisso",
explica.
DPCA investiga o caso
O caso foi encaminhado para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, pelo fato de dois envolvidos
serem menores de idade. O agressor, já identificado, tem 16 anos de idade. Conforme informações, o jovem foi
intimado a comparecer à Delegacia nesta sexta-feira (19), mas não se apresentou. O prazo foi prorrogado para
a próxima segunda-feira (22), quando deverá prestar depoimento.