Há 12 anos dona Jussara dos Santos Bueno perdeu o marido. Há 5 anos um filho e, nesta quarta-feira (24), o outro filho, o policial militar Alexandre dos Santos Bueno, de 31 anos. A mãe do PM conta que ficou sabendo da notícia pela imprensa. “Minha nora me ligou e disse que estavam noticiando, liguei a rádio e já ouvi o major falando que ele tinha morrido”, conta. Para os familiares o que aconteceu foi uma covardia, pois o que a família sabe, de testemunhas, é que ele havia se ajoelhado e erguido as mãos. “Se ele estivesse errado que o punissem, pois existem leis para isso, mas que não o matassem. Estou desestruturada”, desabafa.
Dona Jussara afirma que o filho conhecia o procedimento, afinal, também era servidor da Brigada Militar. “Ele não reagiria em vão, sabendo como funcionam as abordagens”, salienta. Para ela, os colegas de trabalho do filho, esses que atiraram nele, são tão bandidos quanto os presos. “Eles não são militares, são bandidos vestidos com farda”, protesta.
O pai de duas meninas, uma de 5 e outra de 9 anos deixou amigos e muitos colegas de trabalho consternados. Um policial militar manifestou sua indignação, ao lado da mãe de Alexandre: “Não é a primeira vez que isso acontece”, diz. Segundo ele, há uns três anos o BOE alvejou a caminhonete de um sargento que estava com sua família. Por volta de oito meses, um veículo foi roubado próximo a uma pizzaria e o policial militar que trabalhava no local, saiu atrás dos criminosos, juntamente com outras guarnições da Brigada Militar. O batalhão chegou no local já atirando, acertando colegas. “Foi a terceira vez que isso aconteceu. Só que desta vez deixou o saldo de uma morte”, lamenta.
Sem informações oficiais, a mãe diz que vai buscar justiça: “Vou pedir indenização do Estado. Como eles matam alguém sem provar nada?”, questiona. Eles não me procuraram, não me informaram a respeito de nada, o Comando não apareceu aqui, justamente por que foi um erro militar”, alega e repete: “Pode ser que ele estivesse errado, mas para isso, existem leis”, conclui.