O resultado do exame de necropsia divulgado no final da tarde desta quinta-feira mudou os rumos da investigação sobre a morte do policial militar Alexande dos Santos Bueno, 31 anos durante a tarde de quarta-feira. A titular da 1ª Delegacia de Polícia, delegada Daniela de Oliveira Mineto, recebeu a informação, de que, dos oito tiros disparados contra o policial, três deles foram pelas costas e um atingiu a palma da mão da vítima. " Isso muda tudo. A informação já confirma que houve excesso. Estamos considerando todas as hipóteses, inclusive de execução. Estes elementos trazem uma nova perspectiva para o caso, a partir de agora, pode ser qualquer coisa", disse a delegada.
Também, segundo a delegada, as testemunhas que foram ouvidas na noite de quarta-feira, quando o policial foi morto, seriam conduzidas novamente à 1ª DP para que prestassem depoimento novamente. " O depoimento das testemunhas está muito coadunado com os dos policiais militares envolvidos. Com esta informação dos três tiros pelas costas, devemos analisar se não houve alguma orientação para que as testemunhas trouxessem apenas elementos que beneficiassem a ação dos policiais", informou.
A motocicleta do policial foi encontrada na rua Belo Horizonte no bairro Petrópolis durante a manhã de quinta-feira (25). O veículo foi apreendido e encaminhado à 1ª DP. Testemunhas disseram que a motocicleta não estava no local antes de ser encontrada. A polícia agora trabalha para desvendar como o veículo foi deixado onde foi localizado.
A delegada deve buscar mais informações junto à família de Bueno para saber as circustâncias em que o policial saiu de casa no dia do assassinato, uma vez o soldado estava temporariamente afastado do trabalho em função de atentado médico. Oficiais da Brigada Militar que participação do inquérito policial militar estiveram na delegacia durante a tarde de quinta-feira para buscar informações acerca das investigações.
Identificação do veículo
Agentes da 1ª Delegacia de Polícia estiveram em um posto de combustível próximo ao local onde Bueno foi assassinado. Os policiais obtiveram as imagens das câmeras de vigilância que mostram o automóvel Toyota Corolla preto abastecendo. "Ainda não foi possível identificar o veículo, com as imagens", disse a delegada. Outro ponto que chamou a atenção, e diferente do que foi publicado na edição de quinta-feira, não foi realizada perícia no local, já que, os próprios policiais desfizeram a cena do crime, recolhendo os estojos dos cartuchos deflagrados e o sangue da vítima foi lavado. "Foi uma das coisas que eu indaguei aos policiais, o motivo de terem desfeito a cena do crime. Eles alegaram que foi com o objetivo de socorrer o colega. O local do crime sempre é importante para saber como os fatos ocorreram. Foi adotado um procedimento oposto do que é feito geralmente", afirmou a delegada.
Policial que efetou os disparos deve ser ouvido
A delegada também esclareceu que o policial que teria atirado contra Bueno deverá ser ouvido nos próximos dias. De acordo com ela, antes de tomar o depoimento do policial, a investigação quer reunir mais elementos que possuam auxiliar na elucidação do caso.
Bueno já havia sido alvo de investigação policial
O policial fora, há cerca de doisa anos, investigado pela 1ª Delegacia de Polícia. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido na residência dele, porém, nada foi encontrado que apontasse o soldado como membro de um grupo criminoso. De acordo com o comando do 3º RPMon, atualmente ele vinha sendo investigado pela corregedoria da Brigada Militar.