Passo Fundo sempre demonstrou altos índices de roubos e furtos de veículos e as ações dos órgãos de segurança ao longo dos anos e também recentemente acabaram por desmantelar quadrilhas especializadas neste tipo de crime no município. Atualmente os índices registraram quedas em relação aos anos anteriores, porém, uma modalidade de roubo de veículo que não caracteriza nenhuma novidade, mas se torna mais comum, que faz as vítimas reféns dos criminosos, sendo elas abandonadas em locais ermos para que demorem a conseguir socorro.
Somente no último dia 28 de abril foram registrados três casos idênticos em que as vítimas foram levadas juntamente com os assaltantes, tiveram os veículos além de dinheiro e pertences roubados. Segundo informações da Divisão de Planejamento e Coordenação do Serviço de Estatística da Polícia Civil, até o final de abril foram registrados 63 roubos de veículos em Passo Fundo, com uma média de um veículo roubado a cada dois dias.
De acordo com o comandante do 3° RPMon da Brigada Militar, tenente coronel Fernando Carlos Bicca, apesar dos registros em que o crime ocorre desta maneira, não é uma tendência que deverá ser seguida pelos criminosos. “São episódicos. Não é uma conduta que se prolongue com o tempo. Isto não é normal. Verificamos em Passo Fundo uma tendência contrária aos outros municípios e até mesmo outros estados do Sul do País, que é um aumento significativo dos roubos. Aqui nós temos, sim, um aumento no número de furtos de veículos”, disse.
Ainda segundo o comandante do 3° RPMon, a questão dos furtos e roubos de veículos deve ser combatida por todos os órgãos de segurança, e também causa preocupação. “Devemos ter uma ação diferenciada para coibir este tipo de delito. É uma ação que envolve os órgãos de segurança e a comunidade”, afirmou. Para Bicca, a legislação não coopera com o trabalho dos órgãos de segurança no combate a este tipo de delito. Para o comandante do 3° RPMon, o receptador, que se utiliza do veículo roubado, comete um crime tão grave quanto o próprio roubo, porém, a lei não é rígida para estes criminosos. “O receptador exerce uma função muito mais danosa. A lei não pune estes criminosos de forma mais severa, o que acontece com o autor do furto e do roubo. Na minha convicção, o receptador faz uso da fragilidade, muitas vezes, da própria pessoa que furtou ou roubou o veículo, muito provavelmente para manter um vício. Precisamos mudar isto e isto só pode ser mudado pela sociedade e pelo Legislativo”, declarou.
O alto índice de recuperação destes veículos chama a atenção, mesmo que os criminosos passem mais tempo com a vítima, dando à pessoa a possibilidade de reconhecê-los posteriormente. Em média, 80% dos veículos roubados são localizados e restituídos aos proprietários. “Estes crimes visam vantagem financeira imediata, como, por exemplo, o sequestro relâmpago em que a vítima é forçada a se dirigir a um caixa eletrônico e sacar dinheiro para ser entregue aos assaltantes. Nestas situações, após obterem o dinheiro, os criminosos geralmente liberam a vítima e abandonam o veículo logo depois. A dinâmica destes crimes é a obtenção da vantagem financeira imediata”, analisou.
A matéria completa você confere nas edições impressa e digital de O Nacional. Assine Já