Crianças envolvidas em episódio dentro de escola receberão assistência

Menino de 11 anos foi encaminhado para atendimento psicológico e a Rede de Apoio à Escola

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O menino de 11 anos envolvido em um incidente com uma criança de seis anos, durante a tarde de terça-feira (21), dentro do banheiro da Escola Mário Quintana, no bairro Edmundo Trein, já recebeu encaminhamentos psicológicos e assistência da Rede de Apoio a Escola (RAE).

Conforme o boletim de ocorrência, o menino de seis anos teria relatado a mãe que não iria mais ao banheiro da escola, momento que foi questionado. Ele teria respondido que outro aluno da escola, de 11 anos, tentou forçá-lo a praticar sexo oral, porém conseguiu fugir.

Devido ao fato, a mãe da vítima foi até a escola e entrou em contato com a diretora, que identificou o menino e solicitou a presença dos pais do mesmo, que compareceram, após o chamado.

A diretora conversou com os pais de ambos os meninos, explicando que iria procurar resolver de forma a não expor as crianças, já que não houve abuso, propriamente.

Durante a conversa, foi compreendido que a criança de seis anos teria entrado no banheiro masculino, que fica ao lado do feminino e que está em reforma, logo, tem gente trabalhando no local, e fechado a porta. O maior questionou ao pequeno, mas não chegou a encostá-lo, tampouco a agredí-lo.

Em seguida foi feito ata do ocorrido e explicado a mãe do menor, que ela teria toda autonomia em registrar ocorrência, caso desejasse. O pai do menino maior não se antepôs ao fato, alegando que, por trabalhar na Polícia Federal, conhecia os procedimentos.

De acordo com o boletim de ocorrência, registrado pela mãe da vítima, o homem, a princípio, identificou-se como policial civil, agindo de forma grosseira com a ela e a avó da criança, dizendo, inclusive, que ele, como policial civil, resolveria o problema e que não adiantaria nada fazer o registro.

Em contato com a diretora da escola, Maria Helena Secon Leite, em momento algum o pai teria identificado-se como policial. Ele informou que prestava serviços na Policia Federal. “Ele não foi agressivo e também não é um pai negligente. Quando solicitado comparece, assim como veio quando o chamei”, menciona.

Ainda de acordo com a diretora, os ânimos estiveram alterados em alguns momentos, pois as duas famílias estavam frente a frente, em uma situação delicada, o que é comum. A redação tentou entrar em contato com a mãe da vítima, mas ela não atendeu.

A ocorrência policial foi encaminhada à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente onde, de acordo com o delegado Mario Pézzi, será encaminhado ao Conselho Tutelar e ao Juizado da Criança. Os dois meninos também serão encaminhados para Centro de Estudos e Proteção à Infância e à Adolescência (Cepia), que realizará o atendimento psicológico.

Alunos e familiares recebem apoio
Os dois alunos continuam indo para a escola e frequentando, naturalmente, as aulas. A diretora reuniu-se ontem com os pais das crianças envolvidas e tomou as providências que cabem à escola. O pai do menino de 11 anos, inclusive, solicitou a ajuda da escola e se colocou a disposição da mesma.  O menino foi encaminhado para atendimentos psicológicos e psiquiátricos, e fará o recreio separado dos demais alunos, por algum tempo, para que não sofra repressão das demais crianças. Conforme Maria Helena, a escola disponibiliza toda a assistência, tem câmeras em todos os locais e age com o máximo de cuidado, pois as tentativas acontecem e o assunto é sério.

Pai de criança tinha sido autorizado a usar o veículo oficial

O pai da criança que presta serviços gerais à Polícia Federal de Passo Fundo realizava reformas na delegacia, quando precisou comprar material, sendo, portanto, autorizado a sair com o veículo oficial.  Neste meio tempo, segundo o delegado da Polícia Federal de Passo Fundo, Mauro Vinícios Soares de Moraes, o funcionário recebeu a ligação da diretora, que pediu que comparecesse à escola com urgência. Ele ligou para o delegado informando a situação, e foi liberado para ir até a escola. “Quando recebi a ocorrência questionei a ele se havia dito ser policial, mas ele negou, dizendo que, em momento nenhum falou isso”, relata. “Ele é um senhor tranquilo e responsável, não é perfil dele agir assim, acredito que ele tenha me dito a verdade”, conclui.

 

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