A reconstituição do assassinato do policial militar Alexandre dos Santos Bueno, de 31 anos, ocorrido no dia 24 de abril deste ano teve início na tarde de segunda-feira (5). A reprodução do cenário do assassinato, em frente a uma oficina mecânica na Rua São Marcos no Parque Farroupilha foi estabelecida através das informações fornecidas pelas testemunhas do incidente.
A reconstituição foi solicitada pelo capitão Claudemir Bertoglio, encarregado do inquérito policial militar que investiga as circunstâncias da abordagem realizada por membros do 3º Batalhão de Operações Especiais e que terminou com a morte de Bueno. “Isto fará parte do inquérito. Solicitamos ao Instituto Geral de Perícias a reprodução simulada do fato e conseguimos realizar quase 100% hoje (ontem)”, disse Bertoglio.
Também de acordo com o capitão, uma nova simulação deverá ocorrer na manhã de terça-feira (6), possivelmente contando com a participação dos policiais envolvidos na abordagem. “A intenção é buscar a verdade do fato. Temos um prazo que Justiça Militar nos concedeu para a conclusão do inquérito. Ainda há algumas perícias que foram solicitadas ao IGP, mas esperamos concluir as diligências dentro do prazo que a Justiça Militar nos disponibilizou”, afirmou.
As ruas próximas ao ponto em que ocorreu a abordagem foram bloqueadas pelo Pelotão de Operações Especiais e somente pessoas a pé poderiam se aproximar de onde estava sendo realizada a reconstituição.
No local foram estacionados caminhões para simular os veículos estacionados em frente à oficina mecânica. Também foi utilizado um automóvel Toyota Corolla, do mesmo modelo em que Bueno estava como passageiro antes de ser abordado e baleado. A simulação foi realizada por policiais do Grupo Rodoviário de Passo Fundo que representaram a abordagem dos policiais do 3º BOE conforme o relato das testemunhas.
Policial foi baleado nas costas
Antes de ser repassado para a Justiça Militar, o caso da morte de Bueno estava sendo investigado pela 1ª Delegacia de Polícia. Dois dias após o assassinato, a polícia foi informada de que, dos oito tiros recebidos pela vítima, três foram pelas costas. Esta informação mudou os rumos da investigação, já que, à época, a polícia não descartava a hipótese de execução em função dos tiros nas costas. Conforme o encarregado do inquérito, esta possibilidade só poderá ser ventilada após a conclusão dos laudos da reconstituição que serão emitidos pelo IGP. “Com a conclusão do novo laudo, que confrontará as versões com o laudo da necropsia será possível estabelecer se isto ocorreu ou não”, declarou.