Ato de violência deve servir como aprendizado

Alunos quebraram classes, cadeiras e outros objetos em uma escola do bairro São Luiz Gonzaga, admitiram o erro e se dizem arrependidos

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Motivados pela atitude de um grupo de alunos e as proporções que a ação desses jovens tomou, a Escola Municipal de Ensino Fundamental São Luiz Gonzaga inicia, hoje, atividades do programa Bactéria do Bem, para promover mudança de comportamento do grupo e trabalhar junto aos familiares. Os professores e demais funcionários da escola relatam que foram surpreendidos pelo vídeo divulgado nesta quarta-feira, mostrando cerca de cinco estudantes, dentro de uma sala de aula do educandário, quebrando classes, chutando móveis e jogando cadeiras para o alto.

Além de promover o ato agressivo, segundo a diretora, Ivana Pimentel Felippe, a ação foi gravada e enviada para divulgação, por um dos alunos. “Nem eles imaginaram a proporção que tomaria. Estão bastante preocupados e arrependidos com o que fizeram”, explica.

O vídeo tem cerca de 20 segundos e foi gravado após a turma sair da sala habitual e se dirigir a sala de vídeo da escola. Por se tratar de um 8a série, a professora saiu na frente e a turma a seguiu. Entretanto, alguns jovens mais agitados, e que normalmente cometem atitudes equivocadas, ficaram para trás, motivando outros cinco colegas a ficar. Com a provocação e na adrenalina da situação, os adolescentes agiram, com vandalismo, por alguns segundos. Ao fim da ação, organizaram a sala, novamente, e se dirigiram para a sala combinada.

Como a escola não trabalha com sansões, mas com um projeto denominado “Bactéria do Bem”, os alunos não são, apenas, punidos, mas questionados sobre as atitudes e induzidos aos bons hábitos e à moral. A equipe de profissionais da escola identificou os alunos e os notificou via ata. Os estudantes somente retornaram à escola nesta quinta-feira, junto aos seus responsáveis. De acordo com a diretora, parte destes jovens já apresenta, emocionalmente, dificuldade de comportamento e, por isso, a repressão não é ideal. “Amanhã teremos uma reunião com esse grupo todo, para propor algum tipo de atividade que traga retratação: eu quebrei, o que vou fazer para repará-lo? Como vou contribuir para que esse meu ambiente volte a ser legal?”, esclarece.

O programa não deve ficar, somente, dentro da escola. As atividades devem ser estendidas para fora dela, em encontros dinâmicos e junto aos familiares. “Eu acredito que as vezes é necessária uma atitude dessas para que acordemos para outras”, declara. “Nós vimos, a partir do que aconteceu, que alguma coisa não estava legal. Então, estamos recompondo e trabalharemos com encontros e ações, sempre no viés da moral, do bom hábito e da boa atitude”, diz. A diretora junto a orientadora da escola esclarecem que, a revolta desses jovens, pode partir de motivos pessoais e que eles precisam ser ouvidos, ter voz.

Com muita compreensão, já que podem sofrer com carência familiar ou estar passando por alguma dificuldade, os autores da ação não sofrem com a penalidade, mas apreendem, a partir do que aconteceu, a adquirir responsabilidades, atitudes firmes e cuidado com o ambiente onde estão inseridos.

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