A 1ª Delegacia de Polícia investiga envolvimento de um professor de informática acusado de transportar e entregar objetos aos apenados do Presídio Regional de Passo Fundo. O professor era responsável por ministrar aulas aos apenados e, durante uma abordagem dos agentes penitenciários, foram encontrados com ele acessórios de telefones celulares como chips e carregadores de baterias e bebida alcoólica. O material, encontrado dentro de uma pasta que o professor carregava foi apreendido.
Segundo a delegada Daniela Oliveira Mineto, titular da 1ª DP, a investigação também tentará apurar se o professor cometeu o crime de receptação. “O professor ainda não foi ouvido. Não há relato de que algum superior hierárquico dele ou mesmo a administração do presídio houvesse sido informada a respeito de ele estar sendo vítima de coação”, disse.
O Ministério Público aguarda a conclusão do inquérito policial. De acordo com o promotor de justiça Marcelo Pires, houve um abuso de confiança da parte do professor. “Não parece ter havido falha na fiscalização dentro do presídio, tanto que os agentes conseguiram apreender este material.
Ele se aproveitou do fato de frequentar o a Casa Carcerária diariamente para ganhar a confiança da administração. Dificilmente alguém o barraria estando ele com um notebook ou um tablet nas mãos. Ele estava lá para lecionar. Também há a informação de que ele estaria vendendo estes materiais aos apenados, mas isto só será confirmado com a conclusão das investigações”, afirmou. Também segundo Pires, caso não se confirme um crime mais grave contra a administração pública o professor será enquadrado no artigo 349 A do Código Penal que prevê detenção de três meses a um ano em caso de condenação.
Os presos com quem o professor tinha mais contato passaram a ser monitorados pelo setor de inteligência do Presídio Regional de Passo Fundo. No dia 8 de agosto, durante uma revista realizada em duas galerias da penitenciária foram encontradas armas artesanais, 36 telefones celulares, dois controles de Playstation 3, três balanças de precisão, 129 buchas de maconha e 200 gramas de crack, além de dois tablets. A hipótese de envolvimento do professor na apreensão dos eletrônicos não está descartada.
Após o episódio, o curso de informática ministrado pelo professor, sob responsabilidade do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), foi suspenso e, por enquanto, não há previsão de retorno às aulas.