Assaltos violentos à comunidades do interior tornaram-se frequentes nos últimos meses, na região de Passo Fundo, e preocupam os moradores que acabaram gerando uma rede de comunicação como ação de auto-defesa e o demais órgãos. Os habitantes, que já se conhecem, procuram avisar os vizinhos quando percebem a movimentação de pessoas e veículos desconhecidos, para que todos fiquem atentos e possam acionar a polícia o quanto antes.
De acordo com vítimas dos últimos assaltos, a ação dos criminosos tem apresentado violência, já que, além de render proprietários e familiares, eles costumam amarrar as vítimas, trancá-las em cômodos sem comunicação com o exterior e, inclusive, ameaçá-los de morte. Por vezes, esses assaltantes chegam rapidamente, rendendo todos os que estão na propriedade. Outras, se passam por cidadãos comuns, pedem auxílio para concertar o veículo e dominam a vítima, que é obrigada a levá-los para dentro de casa e auxiliar na localização dos materiais subtraídos.
De acordo com o presidente do Sindicato Rural, Paulo de Tarso Silva, existe uma grande preocupação em relação à violência desses assaltos. “Estamos trabalhando em conjunto com a polícia, em geral, mas existe o problema da falta de meios, tanto material, quanto humano”, alega. Ainda segundo o presidente, já foi entrado em contato com a Secretaria de Segurança e solicitado um agendamento para debater a respeito do caso. A partir de setembro as ações devem ser intensificadas, se depender do sindicato.
Conforme o tenente coronel Fernando Carlos Bicca, comandante do 3o RPMon da Brigada Militar, a guarnição da Patrulha Rural e o Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar (BOE), realizam patrulhamento diário nas comunidades do interior, porém, como o efetivo é reduzido em relação a quantia de municípios que são responsáveis – 23 municípios –, é preciso cumprir com um roteiro. “Nós também trabalhamos com o setor de inteligência da Brigada Militar, procurando identificar alguns integrantes das quadrilhas, contendo os crimes”, esclarece.
Segundo o delegado titular da 2a Delegacia de Polícia, Claudio Belcamino, responsável por investigar os crimes ocorridos na região norte do município, é provável que existam, no mínimo três quadrilhas diferentes realizando esses crimes. “Identificamos grupos diferentes devido ao módus operandi identificados”, diz. Mas prefere não se manifestar a respeito dos detalhes já identificados para não prejudicar as investigações.