Dois dias após a descoberta de um túnel de 10 metros de extensão, por onde provavelmente ocorreria uma fuga em massa, três detentos colocaram um novo plano em prática ontem e conseguiram escapar sobre o muro do Presídio Regional de Passo Fundo. A fuga ocorreu por volta do meio-dia, e provocou um início de tumulto no pátio B, onde familiares visitavam os presos. A direção vai instaurar um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar o caso.
Os foragidos são: Israel Leandro Silva Cunha, 27 anos, Leonardo Hernandes da Silva 24, ambos já haviam escapado recentemente do presídio de Passo Fundo, e Leandro Eduardo Montagninni de Lima, 34. Um quarto preso, Cleber Alberto dos Santos Ribeiro, se preparava para passar sobre o muro quando foi surpreendido pelos agentes e policiais militares.
De acordo com o diretor da casa prisional, Carlos Jovêncio Dorneles de Oliveira, os foragidos estavam no pátio A, onde ficam os detentos que não recebem visita. Aproveitando a movimentação, eles serraram duas barras de ferro de uma das janelas e pularam para o interior da galeria C. Na sequência, entraram na cela 19 e serraram novamente as grades da janela, por onde escaparam. Para transpor o muro, de aproximadamente cinco metros de altura, os quatro entraram no galpão da marcenaria. Aproveitando uma escada, subiram até o telhado, removeram uma telha de amianto quebrada e pularam para o lado externo, na Rua Adrianópolis, fundos do presídio.
Ao perceber a movimentação, a guarda externa acionou o alarme e realizou disparos de arma de fogo, assustando familiares que estavam no pátio B. A segurança correu para o interior da marcenaria e conseguiu capturar Cleber Ribeiro. “Ele estava esperando sua vez de subir na escada” disse um dos agentes.
Uma guarnição do Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar (BOE), que estava nas proximidades, iniciou imediatamente as buscas nas imediações do presídio. Os familiares foram levados para um dos corredores, onde tiveram de aguardar a identificação individual antes de serem liberados em pequenos grupos. “Ficamos mais de uma hora lá dentro, em um corredor apertado. As crianças chorando. Tinha pessoas idosas, grávidas. Foi um Deus nos acuda” disse uma mulher que havia ido visita parentes. Os familiares também reclamaram de que a guarda teria efetuado disparos na direção do pátio de visitas.
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