Um incêndio atingiu uma empresa distribuidora de gás na Rua Ermelindo Valentin, no bairro Santa Maria II, durante a madrugada de quinta-feira (14). No local, além da empresa, fica a residência do comerciante Thiago Chaves, de 26 anos. De acordo com ele, por volta das 4h20, ele ouviu o barulho de vidro sendo quebrado e quando saiu para ver o que acontecia viu homens saindo correndo do local, o vidro de sua caminhonete Fiat Strada quebrado e o veículo em chamas. Na caçamba da caminhonete havia oito botijões de gás.
Thiago tentou conter o fogo com um extintor de incêndio, porém o fogo continuava a consumir a caminhonete, que ainda continha os botijões cheios na caçamba e a família do comerciante foi retirada do imóvel. O Corpo de Bombeiros foi acionado e rapidamente chegou ao local, e conseguiu extinguir as chamas que atingiram o telhado da garagem que foi totalmente destruído. A ação rápida do Corpo de Bombeiros impediu que o fogo se espalhasse e atingisse o depósito onde havia uma quantidade ainda maior de botijões cheios. O interior da residência não foi atingido.
De acordo com o empresário, que atua há apenas três meses no comércio de gás, antes do incêndio ele vinha sendo ameaçado por outros empresários do segmento, já que praticava preços abaixo do que os outros comerciantes geralmente cobram pelos produtos, chegando a vender, em média, um botijão de gás de 13 quilos até R$ 4 mais barato. “Não tenho porque esconder as ameaças que nós recebemos. Um destes empresários me parou na rua e disse que pessoas iriam morrer por eu estar fazendo ‘bagunça’ no mercado de gás. As ameaças também aconteceram por telefone”, contou.
Chaves também afirmou que, quando flagrou os responsáveis pelo incêndio fugindo, pode perceber que havia veículos esperando por eles e que o grupo teria rondado o local por algumas horas antes de cometer o crime. “Mal começamos este trabalho e já estamos sendo vítimas deste tipo de represália. Ficamos tristes pela perda material, mas felizmente Deus foi misericordioso e poupou nossas vidas. É um sinal de que estamos trabalhando da maneira correta”, disse.
O empresário também afirmou ter sido convidado por outros empresários do ramo para reuniões, mas sempre negou-se a participar. “Não quero compactuar com isto, está errado. As ligações e ameaças são diárias, queriam nos forçar a trabalhar com um preço tabelado, ninguém vai impor algo errado e de forma ilícita, não trabalhamos desta forma”, afirmou. Chaves também contou não ter seguro da caminhonete, que foi totalmente destruída pelo fogo.
O caso será investigado pela 1ª Delegacia de Polícia. De acordo com o Código Penal, o crime de formação de cartel tem uma pena que ária de dois a cinco anos de prisão.