Nos últimos três anos, a Brigada Militar de Passo Fundo atendeu 1.986 acidentes de trânsito envolvendo motocicletas e que resultaram em lesão corporal. Entre estes dados estão também os casos em que houve morte do motociclista. Somente em janeiro deste ano, dois condutores perderam a vida em acidentes e neste sábado (1º) Eduardo Oliveira da Silva, motociclista de 19 anos foi morto vítima de um acidente com uma Saveiro com placas de Carazinho. Para as famílias, são perdas irreparáveis. Para a gestão pública, representam gasto em atendimento e assistência e acabam sendo mais um número nas estatísticas.
O grande contingente de acidentes com motos é quase um problema de saúde pública, tamanha a frequência em que acontecem. Um levantamento do Ministério da Saúde (MS) mostra que o Rio Grande do Sul mais do que dobrou o custo com internações por acidentes com motociclistas pagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de 2008 a 2011, passando de R$ 840 mil para R$ 1,7 milhão no período. Também cresceu o número de vítimas, que entre estes anos pulou de 816 para 1.291. E o número de mortes subiu de 307 em 2008 para 376 em 2010.
Em Passo Fundo, os acidentes de motociclistas em que ocorreram lesões são 95% do total. Entre os chamados para a ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), de 25% a 30% dos atendimentos realizados a cada mês são de casos de acidentes de trânsito envolvendo pilotos de motocicleta. Carolina Gosch Saldanha, coordenadora de recuperação em Saúde, órgão ao qual o Samu está ligado, os acidentes de trânsito representam a grande maioria da demanda do serviço. Em 2013 foram 368 atendimentos a vítimas de acidentes de trânsito em que um dos veículos envolvidos era uma moto.
Menor frota, maior percentual de acidentes
Apesar da frota de motociclistas representar apenas 16% do total de veículos emplacados em Passo Fundo, contra 64% dos veículos de passeio, os acidentes em que pelo menos um dos envolvidos é motociclista representam mais de 60% do total. Em 2011 a soma desses acidentes representou 64% do total. Em 2012, as motos estavam envolvidas em 62% dos acidentes, percentual igual ao do ano de 2013, quando o total de acidentes com lesões subiu 10% em relação a 2011. De 2011 para 2013, os acidentes com motos subiram 5%.
Para os representantes dos órgãos de segurança, estes altos índices são resultado da não observância total da lei de trânsito, o que pode ser traduzido na palavra imprudência. Considerando os números absolutos das ocorrências de questões de trânsito atendidas pela Brigada Militar, o maior número de atendimentos se dá nos três últimos meses do ano (outubro, novembro e dezembro) e volta a ter um pico em março. Questões como o início dos dias com temperaturas mais altas e menor ocorrência de chuva, em comparação aos meses de inverno, estão entre as hipóteses que incentivem o uso desses veículos.
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