Um ou dois homicídios?

Após o registro do homicídio descoberto na noite de quinta-feira, morte de adolescente em confronto com a Brigada Militar não configura nas estatísticas

Por
· 1 min de leitura
Morte de adolescente foi tratada como roubo de veículoMorte de adolescente foi tratada como roubo de veículo
Morte de adolescente foi tratada como roubo de veículo
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Segundo as estatísticas oficiais o primeiro homicídio do ano de 2014 em Passo Fundo foi registrado no início da noite de quinta-feira (27). O corpo de Dorvalinho Inhaia, de 50 anos foi encontrado em um mato às margens do quilômetro 8 da RST-135, a Perimetral Leste. Por estatísticas oficiais, entendem-se os casos registrados e investigados pela Delegacia Especializada em Homicídios e Desaparecidos (DEHD).

Na prática, este seria o segundo homicídio do ano, se considerarmos a morte de Matias Pinto Vargas, de 15 anos, morto em um confronto com a Brigada Militar no dia 16 de janeiro no acesso ao bairro José Alexandre Záchia também como assassinato. Matias era o motorista de um Peugeot 307 roubado na noite anterior ao episódio e foi atingido.

Mesmo com a morte do adolescente, o episódio não entra nas estatísticas de homicídios. O caso foi investigado pela Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec), e o inquérito policial instaurado e já remetido ao Judiciário sobre o crime de roubo de veículo.

No inquérito, por ora, os policiais militares que participaram da ação não foram indiciados, uma vez que agiram em legítima defesa, tendo tentado abordar o veículo roubado diversas vezes e ainda sendo alvejados por um dos criminosos, conhecido como Remela, que conseguiu fugir. “Neste caso, tecnicamente houve um homicídio, porém temos um elemento chamado excludente de ilicitude, uma vez que os policiais agiram em legítima defesa, própria e de outros”, disse o delegado Paulo Videla Ruschel, titular da ª Delegacia Regional de Polícia Civil.

A Polícia Civil ainda não recebeu alguns laudos da perícia, que quando enviados pelo Instituto Geral de Perícias, serão anexados ao inquérito, já remetido à Justiça em função da prisão em flagrante de um dos ocupantes do Peugeot. O criminoso que atirou contra os policiais permanece foragido.

 

Gostou? Compartilhe