Com mais informação e seguras de si, as vítimas de ameaças e agressões, em sua maioria, por parte do companheiro, deixam a submissão de lado e passam a ser mais receptivas ao auxílio e à assistência que as medidas protetivas da Lei Maria da Penha proporcionam. Desde o início das atividades da Patrulha Maria da Penha no município, em 07 de novembro do ano passado, foi possível notar um aumento de registros de ocorrências e uma redução de reincidência, segundo o comandante do policiamento comunitário, Tenente Daisson de Andrade da Silva. “Algumas mulheres até voltaram a conviver com seus cônjuges, mas não houve mais problemas de brigas com ameaças ou agressão”, explica.
De acordo com o tenente, a partir do momento em que a patrulha foi instalada e que as mulheres descobriram a assistência prestada pelas guarnições, muitos problemas entre os casais foram evitados. “Nós, enquanto Patrulha Maria da Penha, temos o papel de assistir as vítimas, ou seja, passar na casa delas, conversar, saber qual é a situação, se o acusado voltou a procurar a mulher, além de informar sobre os recursos que elas têm quando solicitam a medida protetiva”, esclarece.
Esse trabalho, prestado pela Brigada Militar após o registro, inibe o retorno do agressor. “E depois, a conversa se espalha. Os vizinhos acompanham as visitas periódicas da patrulha e comentam com o ex-companheiro, se ele retornar, que já pensa duas vezes ao tentar se aproximar da vítima”, garante. Em menos de cinco meses, tempo de existência da patrulha, as guarnições realizaram mais de 140 visitas às mulheres. Em algumas casas, os policiais militares passaram mais de uma vez, dentro do tempo estipulado no cronograma de trabalho. “Muitas dessas mulheres nem sabiam da existência dessa patrulha. Elas ficam contentes com a chegada da viatura, dos policiais com a ocorrência delas na mão. Se sentem amparadas e desabafam sobre os problemas enfrentados com o ex-companheiro”, relata.
Essas visitas, segundo o tenente, transmitem às vítimas a sensação de proteção, além de aproximá-las da polícia, de transferir confiança às mesmas quanto ao trabalho de todos os órgão envolvidos nos casos que envolvem a Lei Maria da Penha. “Elas passaram a ter menos medo de denunciar e de se submeterem aos companheiros, o que é muito positivo, para nós e para a comunidade”, finaliza.