Ecstasy: de usuário a traficante

Droga sintética utilizada por frequentadores de baladas eletrônicas atrai consumidores para o esquema do tráfico

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A prisão de dez pessoas na Operação Fim de Festa, realizada em Passo Fundo no dia 30 de maio reacendeu o tema em torno do consumo de drogas sintéticas entre frequentadores das chamadas “baladas”. As investigações em torno dos casos revelaram que são cerca de mil comprimidos circulando no município durante a semana em que antecede uma grande festa, geralmente eletrônica. A procura é grande e a venda, frenética. Os usuários, assíduos, chegam tomar cinco ecstasy por noite, com intuito de “ficar idiota”, como eles mesmos denominam a circunstância em que se encontram após ingerir a droga sintética.

 A sensação de euforia e prazer leva a maioria dos consumidores da “bala”, como é chamada a droga, a procurar por ela antes mesmo do dia da festa, obtendo o produto por um valor menor. O delegado titular da 1ª Delegacia de Polícia, Diogo Ferreira, responsável por comandar as investigações que culminaram na prisão de dez pessoas no final da semana anterior (30), suspeitas de distribuir o produto nas festas do município e região, conta que o valor aumenta cem por cento dentro das casas noturnas. “Dias antes da festa, os usuários conseguem comprar por R$ 25,00 ou R$ 30,00. No dia da festa o valor pode aumentar um pouco. Mas é durante a noite que o preço aumenta significativamente. Elas passam a ser vendidas por R$ 50,00 a R$ 60,00”, diz. Nesse grupo, ao contrário do que ocorre com outros que vendem a mesma droga, o usuário podia optar pela quantia de comprimidos, livremente. “Ele podia comprar um único ecstasy, até 100 comprimidos, sem problema nenhum”, comenta.

Comércio atrativo

O comércio da droga sintética é atrativo ao usuário, segundo Ferreira. Obter o dinheiro com a venda da droga, para cobrir o valor do comprimido que será ingerido durante a festa, é o induzir o usuário à venda. Conforme o delegado, em exceção da família que foi presa no última dia 30, dois homens e uma mulher, os outros envolvidos no esquema iniciaram como consumidores. “No início eles só usavam a droga. Eles iam para as festas com uma quantia que consideravam suficiente para uso pessoal. Como os amigos percebiam que eles tinham, pediam para eles comprar. Eles passaram a comprar, também, para os amigos, mas compravam por R$ 30,00 e revendiam por R$ 35,00. Quando viram já estavam traficando”, conclui.

Entenda o esquema

1o A droga era trazida de Santa Catarina e entregue ao “cabeça” do esquema, geralmente por um valor aproximado a R$ 20,00 cada.

2O líder do grupo revendia cada comprimido por R$ 25,00 a R$ 30,00 para os envolvidos com a venda.

3o Esses envolvidos ainda repassavam para terceiros, cobrando, geralmente, cinco reais a mais do valor pago.

4o O produto chegava às casas noturnas e eram distribuídos aos usuários finais por um valor que varia entre R$ 50,00 a R$ 60,00.

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