A Secretaria de Segurança Pública do Estado divulgou na última sexta-feira (1º), as estatísticas da criminalidade no Rio Grande do Sul durante o primeiro semestre de 2014. Os dados compilados referem-se ao período de janeiro a junho deste ano. De acordo com a Portaria N° 055/2007, quatorze indicadores são apontados como os principais para que seja quantificada a criminalidade no Estado: homicídio, homicídio de trânsito, furtos, furtos de veículos, roubo, roubo de veículos, latrocínio, extorsão, extorsão mediante sequestro, estelionato, delitos relacionados à corrupção, delitos envolvendo armas e munições, posse de entorpecentes e tráfico de drogas.
Em Passo Fundo, há a questão já histórica em relação aos furtos e roubos de veículos. Conforme os números, a maior variação aconteceu em relação aos furtos de veículos, que tiveram uma redução de 37% em comparação ao mesmo período do ano passado. Já os roubos tiveram uma redução de 10%. Segundo o major Eriberto Branco, subcomandante do 3° RPMon da Brigada Militar, a tendência é de que os índices de roubos de veículos venham a superar os de furtos em função da tecnologia dos automóveis mais novos. “É praticamente impossível furtar um veículo novo com as chaves codificadas e outros acessórios de segurança. O que os criminosos fazem é abordar as vítimas, especialmente quando ela está chegando ou saindo da garagem. Pegar o carro estacionado, como acontecia há alguns anos é muito difícil, a não ser que seja um veículo mais antigo”, explicou.
Quadrilhas usam Passo Fundo como base de operações
Também de acordo com o major, Passo Fundo concentra um grande número de quadrilhas que atuam nos mais diversos segmentos criminosos. Como o município possui várias unidades de órgãos de segurança como a Brigada Militar, Polícia Civil e Polícia Federal, os criminosos, apesar de residirem aqui e daqui coordenarem as ações de seus grupos, evitam atuar de forma mais incisiva na cidade. “Infelizmente nos enganamos quando pensamos que isto não existe aqui, mas há grupos criminosos especializados em diferentes crimes. Nós temos casos concretos em que os criminosos se reúnem aqui e vão assaltar em cidades menores. Aqui, há muitos anos não acontecem grandes assaltos às agências bancárias, por exemplo”, disse.
Município conta com indicadores próprios para aferição da criminalidade
Apesar de as estatísticas oficias serem divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, o comando do 3ºRPMon também estabeleceu um método de indicar os índices da criminalidade em Passo Fundo também se utilizando de dados relacionados a crimes que não estão descriminados nos dados da SSP/RS. Para se estabelecer estes índices, são considerados os crimes mais frequentes em Passo Fundo, como os roubos a casas lotéricas, malotes e transporte coletivo, por exemplo, que não são tratados como delitos isolados na contagem da SSP/RS.
Outra questão abordada pelo subcomandante do 3° RPMon é em relação à migração das atividades criminosas em função da atuação concentrada dos órgãos de segurança. “Tínhamos o problema dos roubos aos ônibus, que era bastante grave. Passamos a concentrar nossa atuação neste delito, até que conseguimos reduzir drasticamente estes índices. A partir do momento em que concentramos os esforços em algo específico, os criminosos acabam mudando para outra modalidade, como, por exemplo, roubo a farmácias. Sempre há um crime mais em voga”, afirmou.