Um paciente com suspeita de leptospirose deu entrada no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) no dia 13 de setembro. O homem, de 30 anos, é detento do Presídio Regional de Passo Fundo. Ele está internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e seu estado é estável. Transmitida por ratos, a doença costuma se manifestar mais facilmente em épocas de muita chuva, por conta das cheias, que espalham a água contaminada com dejetos do animal.
No entanto, a infestação de ratos vem sendo uma constante nas denúncias da Associação de Moradores do bairro São Luiz Gonzaga. O problema, segundo Rodolfo da Silva Boita, presidente da associação, é histórica. “O presídio, inaugurado em 1974, vem num crescimento na população carcerária e, proveniente disso, desce pela rua Martins Fontes o esgoto cloacal pela rede pluvial e desemboca no final da rua, num descampado. Quando chove inunda e vai para o rio Passo Fundo, que fica próximo dali”, alerta o presidente.
Além disso, pela mesma tubulação que desce o esgoto cloacal, passa todo o resto da alimentação que sai das pias onde as louças são lavadas, o que garante também a alimentação dos roedores. “Há dois verões aconteceu o caso de dois meninos que se contaminaram ao se banhar nessas águas. Há muito tempo a gente vem denunciando essa questão preocupante, porque sabemos que a leptospirose contamina e pode ser letal. Então, ficamos bastante preocupados, e este fato do caso desse detento com certeza é proveniente da proliferação desses ratos, que vem da vegetação nativa e vão pela tubulação”, salienta Boita.
