Polícia Civil conclui inquérito ligado a fraude das catracas

Nove pessoas foram indiciadas pela polícia e outras cinco apontadas ao MP, para investigação, pela participação na fraude que durou, pelo menos, três anos

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Delegado Belcamino conduziu a investigaçãoDelegado Belcamino conduziu a investigação
Delegado Belcamino conduziu a investigação
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Depois de quase dois anos de investigações, que incluíram sindicância administrativa, depoimentos de funcionários e diretores da empresa, além de testemunhas, e quebra dos sigilos bancário, fiscal e financeiro, a 2ª Delegacia de Polícia concluiu, nesta semana, o inquérito de mais de 2,5 mil páginas, sobre a fraude das catracas dos ônibus da Codepas. 

De acordo com o delegado Claudio Belcamino, responsável pelas investigações, nove pessoas, todos ex-funcionários da Codepas, foram indiciadas pelo crime de peculato – apropriação de dinheiro ou outro bem móvel público, por parte do funcionário público – e associação criminosa, pela participação no esquema de adulteração no lacre das catracas, pelo qual era possível alterar o número de passageiros que utilizavam os veículos. O esquema, conforme Belcamino, durou, pelo menos, três anos. “Constatamos que a fraude existe desde o início de 2010, senão antes. Ela parou, somente, em 2013, quando foi descoberta pela nova administração”, relata.

Outras cinco pessoas, ex-diretores da empresa, foram apontados ao Ministério Público para investigação. “Além do indiciamento desses nove funcionários, eu conclui que há indícios de improbidade administrativa – funcionários públicos que não agem de acordo com princípios constitucionais”, diz.
Segundo Belcamino, cerca de 50 pessoas foram inquiridas. “Muitos funcionários da Codepas contaram, em depoimento, que procuraram os diretores para relatar o problema. Alguns se omitiram ao fato, outros, puniram os funcionários com troca de turno e de linha, prejudicando os cobradores e motoristas que não tinham envolvimento com o esquema”, relata. Ontem, o inquérito foi remetido ao Ministério Público. Conforme o delegado, a pena somada entre os dois crimes é de 3 a 15 anos de reclusão.

Início das investigações

O inquérito iniciou no dia 29 de janeiro de 2013, a partir de uma ocorrência registrada pelo atual diretor da Codepas, Tadeu Karczeski. De acordo com o delegado, o que motivou a ocorrência, foi uma crise financeira na empresa. “A atual administração contratou uma empresa para realizar a vistoria nos ônibus. Essa empresa constatou que cerca de 80% dos ônibus estava com a catraca adulterada”, diz.
As catracas estavam sem os lacres, de modo que não registravam os giros, quando o passageiro passava. “O grupo tirava de circulação cerca de mil passagens diárias, um total de R$ 2.5 mil em dinheiro. Para os envolvidos, era uma quantia pequena por dia, entretanto, para a empresa, soma um grande prejuízo”, completa.

 

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