Jovens estão entre as principais vítimas

Trânsito já matou 37 pessoas este ano em Passo Fundo

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Sexta-feira 10/10

O jovem Cristiano Bergonsi viajava à noite pela RS 153, em direção ao município de Ernestina. Nas proximidades do acesso à localidade de Bom Recreio, perdeu o controle do Fiat Fiorino e invadiu a pista contrária. O carro capotou e se chocou contra um pinheiro às margens da rodovia. O rapaz, de apenas 24 anos, morreu no local.

Sábado 11/10

O jovem Cléber Lira, 28 anos, saiu de casa para praticar uma das paixões de sua vida: jogar futebol.  Após participar de uma partida no Caixeiral Campestre, ele retornava para casa, pela Perimetral Sul (RS 324), e, por motivos ainda desconhecidos, perdeu o controle de seus Focus,  que saiu da pista e caiu num barranco. Levado em estado grave para o Hospital São Vicente de Paulo, não resistiu aos ferimentos e faleceu na manhã de segunda-feira. Cléber deixou a esposa e um filho de seis anos.

 Domingo – 12/10
Após permanecer durante quatro meses internada no Hospital São Vicente de Paula, a jovem Roberta Mello de Redel, 15 anos, morreu na manhã de domingo. Ela era uma das cinco ocupantes do Gol que colidiu contra o portão de uma empresa, na avenida Brasil, bairro Boqueirão. O grupo retornava de uma festa na manhã do dia 12 de junho. O motorista, Alan Jacson Vieira da Silva Correia, 26 anos, morreu no local.   Uma jovem ainda segue internada.     

Restando pouco mais de dois meses para o final do ano, 2014 praticamente já igualou o número de vítimas fatais do trânsito de Passo Fundo em 2013. De janeiro até a última quarta-feira, 37 pessoas perderam a vida em acidentes nas ruas da cidade ou nas rodovias que estão dentro da área limite do município. São duas mortes a menos em relação a todo o ano passado. Os três casos do último final de semana, lembrados na introdução desta matéria, reforçam o que já é sabido pelas estatísticas: jovens com idade entre 19 a 31 anos estão entre as vítimas mais frequentes da brutalidade do trânsito. Em segundo lugar aparecem adultos de 46 a 53 anos. O terceiro grupo mais vulnerável, principalmente em relação aos atropelamentos é o de idoso, entre 62 a 75 anos. Os dados apontam ainda que dirigir no perímetro urbano de Passo está mais perigoso. Das 37 mortes, 27 delas ocorreram nas ruas da cidade, seis nas rodovias federais e 10 nas rodovias estaduais.

“O número de mortes que acontece diariamente no trânsito do país é praticamente o mesmo de pessoas mortas na boate Kiss em Santa Maria. Isso é inaceitável, são índices de guerra” desabafou Sidnei Souto Castanheira, 55 anos, voluntario do Vida Urgente há 11 anos. Em Passo Fundo, as quase duas centenas de pessoas cadastradas na Ong lutam para estancar esta barbárie desenvolvendo campanhas e ações de conscientização voltadas, principalmente, para as crianças, adolescentes e jovens.

“Não podemos esquecer que estatística tem rosto. Por trás de cada número, existe uma família sofrendo com a perda de um parente querido. Não consigo parar de pensar nos parentes destes três jovens que morreram no final de semana” diz Sidnei, enfatizando que a saída para evitar mais mortes está na educação. Por outro lado, critica a falta de investimentos e de iniciativas do poder público em relação ao tema. “Tem gente que recebe para fazer e não está fazendo. A lei diz que 5% do total de multas arrecadadas pelo município devem ser investido em ações educativa. Quais ações estão sendo realizadas em nossa cidade?” questiona.

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