A Polícia Civil realizou, durante a manhã de quinta-feira (6), uma operação de combate ao tráfico de drogas em Passo Fundo e região denominada Rede Social, que culminou com a prisão de 17 pessoas. A operação conjunta entre a 1ª Delegacia de Polícia e a Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (DEFREC), contou com o apoio de todas as delegacias de Passo Fundo e de diversas cidades da região. Além de Passo Fundo, foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão em Serafina Corrêa, Marau, Getúlio Vargas e Guaporé. As prisões aconteceram nos bairros Centro, Petrópolis, Dom Rodolfo, Santa Marta e Vila Luiza.
Juntamente com as prisões, os policiais apreenderam drogas, dinheiro, armas e munição. Nas diligências foram encontrados R$ 17 mil em dinheiro 100 comprimidos de ecstasy, pouco mais de um quilo de maconha, 50 gramas de cocaína, dois comprimidos de MDMA, princípio ativo do ecstasy, dois pontos de LSD, dois revólveres calibre 22, uma espingarda calibre 12, roubada em Tapera, um rifle, um revólver 375, outro calibre 32 e uma pistola calibre 380. Também foram apreendidos um automóvel Audi A3, um Peugeot 307, um Gol, um Bora e uma motocicleta Honda CB300.
Parte da maconha apreendida foi trazida direto de Amsterdã por um dos acusados que esteve na Europa recentemente. Sementes de maconha originárias do Peru também foram encontradas. A maconha holandesa era vendida por um valor muito acima do convencional, cerca de R$ 170 o grama. Em um dos locais em que foram cumpridos os mandados, os policiais encontraram uma pequena porção de maconha escondida em um urso de pelúcia.
Segundo o delegado Adroaldo Schenkel da DEFREC, o nome da operação foi dado em função de a quadrilha utilizar-se das redes sociais como a ferramenta de comunicação para as atividades ilícitas. “Eram grandes esquemas de distribuição de drogas sintéticas, especialmente em casas noturnas, o que é um dos ramos da investigação. Outra questão era basicamente a distribuição de cocaína não só em Passo Fundo, mas também em várias outras cidades que se abasteciam aqui”, disse. Ainda conforme Schenkel, o padrão de vida dos membros da quadrilha chamava a atenção, uma vez que a renda de suas atividades não comportaria o padrão de vida apresentado por eles. “O padrão de vida, especialmente do pessoal ligado às drogas sintéticas e ao patrão da cocaína era bem alto, bons veículos, boas motocicletas e sem qualquer fonte de renda que justificasse essa situação”, afirmou.
De acordo com o delegado Diogo Ferreira, titular da 1ª DP, as investigações começaram há quase um ano e a primeira investida contra a quadrilha foi feita em maio deste ano com a Operação Fim de Festa, que teve um saldo de dez prisões. Após a primeira operação, as investigações continuaram e apontaram o envolvimento de outras pessoas além das já investigadas. “Sabemos que a origem do ecstasy é Balneário Camboriu e Florianópolis. Eles faziam este trajeto para trazer a droga para Passo Fundo e parte do ecstasy também vinha da Europa. Apesar de traficar basicamente drogas sintéticas este grupo também comercializava maconha e cocaína em menor quantidade. O problema é que, apesar das prisões, o principal nome desta quadrilha preso na operação inicial está novamente nas ruas, amparado por um habeas corpus decretado pelo Tribunal de Justiça do Estado, e também não conseguimos levantar algum fato novo. Esta organização funciona mais ou menos como uma pirâmide”, contou. O homem em questão, conhecido como “Mico”, fora recolhido à Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas após ser preso pela Operação Fim de Festa, mas já está em liberdade.
Também de acordo com Ferreira, o valor do ecstasy comercializado pela quadrilha variava, se vendido antes da festa, R$ 25, ficando mais caro conforme o horário da festa se aproximava, chegando a uma média de R$ 70 por comprimido. Após as prisões, seis presos foram encaminhados para a DEFREC, enquanto o restante do grupo permaneceu na 1ª DP enquanto aguardava ser enviado ao Presídio Regional de Passo Fundo.
Relembre a Operação Fim de Festa
A Operação Fim de Festa foi desencadeada na manhã de sexta-feira (30) pela Polícia Civil. A quadrilha formada por dez pessoas era acusada de tráfico de drogas, especialmente com a venda de ecstasy e LSD em casas noturnas da cidade.
Os dez membros da quadrilha foram presos preventivamente, sendo que duas prisões ocorreram em flagrante. Três veículos utilizados para a venda do ecstasy e do LSD foram apreendidos. Uma quantia de droga e uma pistola 380 também foram apreendidas.