A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na Reserva do Votouro, área indígena localizada no município de Faxinalzinho, na região do Alto Uruguai. A operação iniciou por volta das 2h30 da madrugada de segunda-feira (17) e durou mais de sete horas. De acordo com o delegado Mauro Vieira o objetivo da ação policial foi identificar e coletar material genético de 27 índigenas suspeitos de homicídio contra dois agricultores.
O crime ocorreu na noite de 28 de abril deste ano e vitimou os irmãos Anderson Souza (27) e Alcemar Souza, (36), ambos agredidos com pedaços de madeira e tiros de espingarda. O inquérito policial que apura a autoria do duplo homicídio ainda não está concluído. Conforme o delegado Mauro Vieira, que coordena as investigações, “seguramente os criminosos estão entre os 27 índios que foram alvo da operação nesta segunda-feira”.
Cinco índios já haviam sido presos temporariamente e estavam recolhidos na Penitenciária Estadual do Jacuí . Entre os detidos estava o cacique Deoclides de Paula, que na madrugada (17), junto com mais quatro caingangues, se negou a fornecer voluntariamente o material genético. Mesmo assim a Polícia Federal apreendeu material de uso pessoal do cacique e de outros quatro suspeitos, podendo assim reunir material para a perícia. Um automóvel Gol, branco, também foi recolhido, pois havia um mandado de busca e apreensão.
Os demais 22 suspeitos aceitaram fornecer saliva para análise. O material foi coletado por agentes federais que realizaram o trabalho dentro da igreja da aldeia. Conforme o delegado Mauro Vinícius Soares de Moraes, o material genético coletado será confrontado com fragmentos encontrados no local onde os agricultores foram mortos, podendo assim apontar quem esteve na cena do crime e responsabilizar quem cometeu as agressões e disparos que mataram os irmãos Souza.
O operação da Polícia Federal reuniu 60 agentes e 200 policiais da Brigada Militar, Corpo de Bombeiros, Pelotão Ambiental e Polícia Rodoviária Federal. O Procurador da República no município de Erechim, também acompanhou a operação. Conforme Carlos Eduardo Raddatz Cruz, a presença do Ministério Público Federal teve por objetivo acompanhar a legalidade dos atos que buscam provas para incriminar os autores do duplo homicídio.
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