Nesta quinta-feira, 20, o Ministério Público de Palmeira das Missões denunciou, por três tentativas de homicídio qualificado com dolo eventual, o Policial Militar que atropelou uma criança e duas adolescentes. O PM, que estava dirigindo embriagado, estava afastado da corporação por problemas disciplinares e teve prisão preventiva decretada, mas está atualmente internado no Hospital Psiquiátrico Bezerra de Menezes, em Passo Fundo, sob custódia policial.
Conforme a denúncia, assinada pelo Promotor de Justiça Marcos Eduardo Rauber, em 26 de outubro deste ano, por volta das 21h30min, no centro de Palmeira das Missões, o acusado atropelou um menino de 7 anos e outras duas jovens. As adolescentes sofreram machucados nos braços e nas pernas. Já o garoto teve o pé e parte da perna direita amputados, além de fraturas em costelas, em um dos braços e traumatismo cranio-encefálico.
Segundo as investigações, o Policial dirigia embriagado um Corsa pela rua Rua Maris de Barros, no centro, em alta velocidade e desrespeitando as normas de trânsito (ao promover manobras irregulares, como andar em “zigue-zague”), em horário e local de intenso movimento de pessoas. Ele invadiu a calçada com o automóvel e atropelou as três vítimas. Dessa forma, o entendimento do Promotor de Justiça é que o denunciado agiu com dolo eventual de matar, porque, “dirigindo o automóvel da forma e nas condições descritas, previu e assumiu o risco de causar a morte de outras pessoas que circulavam no local e suas adjacências”. Além disso, pelo fato de ser Policial Militar, ele detinha pleno conhecimento das normas de trânsito e das consequências potencialmente fatais de seu descumprimento.
Ainda, ele somente não consumou os homicídios por circunstâncias alheias à sua vontade, porque não atingiu nenhum órgão vital das vítimas. Ainda, ele cometeu o crime com emprego de meio de que podia resultar perigo comum, visto que conduziu seu veículo automotor em estado de embriaguez e em alta velocidade em via pública urbana, em região central da cidade, num domingo à noite, após a divulgação do resultado do pleito eleitoral, circunstâncias em que várias pessoas circulavam pelo local ou em suas adjacências e que também ficaram expostas a perigo de atropelamento fatal.
Fonte: Ministério Público