O suspeito de ter disparado os quatro tiros contra o adolescente, Cleverson Inácio Junior, de 17 anos, que morreu há uma semana, foi identificado nesta terça-feira, pela equipe da Delegacia Especializada em Homicídios e Desaparecidos (DEHD), sob a coordenação da delegada titular, Daniela de Oliveira Minetto.
De acordo com o chefe de investigações, Volmar Menegon, a equipe chegou ao nome do envolvido, de 19 anos, e imediatamente realizou diligências em busca do suspeito. Os policiais foram até a residência do envolvido, afim de intimá-lo para prestar depoimento, mas acabaram encontrando drogas, o que resultou na prisão do mesmo por tráfico. Depois do flagrante, o suspeito e outras duas pessoas que estavam no local – um usuário e um primo – prestaram depoimento sobre o homicídio. Foram quase cinco horas de trabalho contínuo até a conclusão.
Enquanto estavam juntos na sala de reconhecimento, o suspeito pediu ao primo, menor de idade, que assumisse o tráfico e o homicídio por ele. Assim que foi ouvido, com a presença da mãe, o menor informou ser o autor. “Ele confessou, num primeiro momento, a autoria e disse que iria entregar até as roupas que usava no dia”, conta. Porém, durante o depoimento, o adolescente falou versões divergentes ao fato, o que lhe desmentiu. “Nós começamos a questioná-lo e ele acabou se perdendo. Deu duas versões e, na terceira, admitiu que não havia participado, que estava assumindo pelo primo porque era menor de idade e, finalmente contou o que havia ocorrido de forma coerente”, explica.
A motivação, conforme Menegon, foi uma desavença entre a vítima e um menor de idade, amigo do que disparou os tiros. O chefe de investigações explica que a confusão iniciou devido a uma briga de casal. “O menor de idade e mandante, teria brigado com uma guria e agredido ela um tempo atrás. A jovem era amiga da vítima, que saiu em defesa dela na época. Eles já haviam entrado em luta corporal uma vez, antes da data de homicídio. Na quarta-feira, quando se encontraram na praça, brigaram mais uma vez”, relata.
Assim que o adolescente saiu da praça, encontrou o amigo na Vila Rodrigues, em um bar. Ele narrou o que havia ocorrido e os dois, acompanhados de um terceiro envolvido, saíram em direção à Tochetto. O preso por tráfico de drogas deu depoimento, mas negou a autoria. Outros dois envolvidos devem ser indiciados por homicídio. Segundo o menor, o primo usou um revólver calibre 32, que pertencia ao próprio autor.
A arma não foi localizada. Enquanto estavam na delegacia, os policiais receberam uma denuncia anônima dizendo que havia mais droga na casa. Ao retornarem, localizaram uma pedra de crack grande, também apreendida. A DEHD deve pedir a preventiva do autor dos disparos, que já está recolhido no Presídio Regional de Passo Fundo.
