As palavras da esposa de Marcos Rudimar Lopes Machado, 53 anos, motorista do ônibus da empresa Reunidas, foram ditas entre lágrimas no início da tarde de ontem, durante o velório. A mulher não se conforma com o acidente, que ocorreu na madrugada de domingo, no km 107, da BR 282, em Alfredo Wagner, na Serra catarinense, pois conhecia a prudência do marido ao dirigir. “Ele não corria nem na cidade”, menciona, sentada ao lado do filho do casal, de 17 anos.
De acordo com familiares, Machado trabalhava com a profissão de motorista a aproximadamente 15 anos. “A paixão dele era dirigir”, relata a sobrinha, Michele Machado. Segundo ela, o que causou o acidente, foi uma falha mecânica. “Contra fatos, não há argumentos. O tacógrafo marcou durante a viagem uma média de 60 a 80km/h, ou seja, ele dirigiu sem exceder a velocidade. O único momento em que a velocidade aumentou, foi na hora que faltou freio”, afirma.
Colegas de trabalho estiveram no cemitério Memorial da Paz, prestando condolências aos familiares. Um dos colegas, que preferiu não se identificar, disse que o receio em trabalhar é grande. “Ontem eu estava escalado, mas não consegui ir, liguei na empresa e avisei que não iria trabalhar, porque meu psicológico ficou abalado. O meu telefone não parou de tocar, e fiquei pior quando meu filho de 7 anos se abraçou em mim e pediu ‘não vai pai, fica em casa’”.