Nova superintendente garante obras de presídos

Marli Ane Stock é a primeira mulher a assumir a Superintendência dos Serviços Penitenciários do RS

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Ela deve dar continuidade aos principais projetos que haviam sido definidos no governo anteriorEla deve dar continuidade aos principais projetos que haviam sido definidos no governo anterior
Ela deve dar continuidade aos principais projetos que haviam sido definidos no governo anterior
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A primeira mulher a assumir a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), do Estado, deve dar continuidade aos principais projetos que haviam sido definidos no governo anterior. Marli Ane Stock, 51 anos, foi nomeada na última quarta-feira (14), e declarou que as obras em andamento de construção de presídios vão continuar, para que o déficit de 4,9 mil vagas no sistema prisional gaúcho seja reduzido. “Vamos reduzir custos de alguns setores para dar continuidade a essas obras. O decreto (que limita despesas e veda concursos e nomeações) do Estado é claro.”

Já a desocupação total do Presídio Central, que já havia iniciado, não está definida. A decisão será tomada em conjunto com o Secretário de Segurança, disse ontem, a agente penitenciária, em seu segundo dia à frente da Susepe. “Estou me apropriando do que já vinha sendo feito”, comentou ontem a superintendente, que ainda busca montar a equipe de trabalho. “Ainda não conseguimos chamar todos para discutir. Tão logo consiga, vamos definir metas a curto, médio e longo prazos”, disse. Ela assegurou, no entanto, que as obras –mantidas por recursos federais – continuam.

São sete casas prisionais em construção – ou com projeto pronto para dar início. Das sete, duas unidades são em Rio Grande, uma em Alegrete, uma em Passo Fundo, outra em Guaíba. Em Santa Cruz do Sul e Canoas os dois novos presídios já estão em fase de finalização. As unidades do complexo prisional em Canoas devem ser entregues em 90 dias, e criar um total de 2,8 mil vagas. Já a de Santa Cruz, 650 vagas. Neste caso, falta um detalhe até a inauguração: o fornecimento de novas mesas para o local, pela empresa contratada.

Como estão as obras

A Superintendência dos Serviços Penitenciários do Estado (Susepe) informou ontem (15), que falta apenas o abastecimento de energia elétrica para que a primeira unidade do complexo prisional de Canoas esteja pronta. Com o complexo, que está 93% concluído, a Susepe espera abrir 2,8 mil vagas no sistema prisional gaúcho, que apresenta déficit de 4,9 mil vagas. O órgão informou ainda que em Guaíba, a construção está em andamento e 70% dela, já está pronta. Já a de Alegrete, apenas 0,48% andou, porque o Estado estaria revendo questões burocráticas com a empresa. Também prosseguem as obras em Rio Grande. Em Venâncio Aires, conforme havia informado a nova Marli, bastam chegar as meses do pátio de sol que foram remodeladas.

Sobre outro presídio, a Cadeia Pública de Passo Fundo, faltam a emissão de licença prévia e aprovação de detalhes técnicos para início de licitação da obra e busca de recursos junto à Caixa Federal.

Experiência

A superintendente Marli Ane Stock já é experiente nessa área da segurança. Ela já trabalhou na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), no presídio em Santa Maria e em outros locais, além de já haver exercido outras funções em setores da Susepe. Na Pasc, foi chefe da Divisão de Recursos Humanos. Trabalhou ainda na Divisão de Controle Legal e na Corregedoria-Geral do Sistema Penitenciário. Agora tornou-se a primeira mulher a comandar a Susepe, o que inclui administrar 100 presídios e 4,8 mil servidores.

Números

Em todo o estado há um total de 100 presídios. A população carcerária atual, atinge 29.885, sendo 28.179 homens e 1.706 mulheres em números atualizados até a última quinta-feira. O número de apenados é excedente em relação ao número de vagas, que chega ao total de 24.913. Somente com o complexo de Canoas e com o presídio de Santa Cruz serão criadas 3,450 mil vagas.

Segundo dados da Susepe, do último dia 8, o índice de reincidência é de 69% no sistema carcerário gaúcho e a maioria dos detentos (62,3%) tem escolaridade de Ensino Fundamental incompleto. 9,8% deles, tem o Ensino Médio Incompleto.

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