Cansados de trabalhar sob ameaça de atraso salarial e sem perspectiva do cumprimento da tabela do subsídio aprovado por Lei para os meses de maio e novembro, policiais civis de todo o Estado pararam as atividades nesta terça-feira. Além das incertezas ligadas ao pagamento, outras tantas reivindicações entraram em pauta, inclusive, ligadas ao serviço diário, como corte de horas extras e corte na verba do combustível e manutenção das viaturas.
A publicação das promoções, previstas para o último dia 21, também não ocorreu, e ainda existe uma especulação a respeito da alteração nas regras da aposentadoria especial dos policiais, sem contar a espera dos concursados, aptos para iniciar a academia, que aguardam sem qualquer panorama. A lista de reclamações gera desconforto aos servidores, segundo o representante sindical de Passo Fundo, Paulo de Mello. “O desempenho da Instituição Polícia Civil está sendo afetada devido a essa série de problemas que estamos enfrentando”, salienta.
A paralisação iniciou as 8h e encerrou as 18h. Os policiais se propuseram a atender durante o dia somente os casos mais graves, como homicídios ou crimes envolvendo menores de idade e idosos. “Nós preferíamos estar nas nossas respectivas delegacias fazendo o nosso trabalho, como sempre. Entretanto, não encontramos outra forma de chamar a atenção do Governo para as nossas dificuldades e decidimos paralisar”, argumenta.
Para Mello, a Segurança Pública precisa ser vista de outro modo pelo Governo, afinal, é um trabalho de risco e que exige capacitação, tanto para as diligências, como para a investigação. Com os cortes de 30% nas horas extras, as atividades se restringem ao horário funcional. E, com o corte, também de 30% na verba para combustível, a atuação nas ruas também diminui. “Sabemos as dificuldades que a sociedade enfrenta, com a criminalidade cada vez maior e, consequentemente, que exige cada vez mais dos servidores, porém, fica difícil desempenhar nosso papel sem condições de trabalho”, reflete e conclui: “Esperamos compreensão da comunidade e apoio nesta nossa luta, que acredito, é justa.”