Determinado desarquivamento do inquérito sobre a morte de Odilaine Uglione

Com isso, as investigações acerca da morte de Odilaine devem ser retomadas.

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O Inquérito Policial (IP) que investigou as circunstâncias da morte de Odilaine Uglione e concluiu que a mãe de Bernardo Uglione Boldrini se suicidou, deverá ser reaberto. A decisão é do Juiz de Direito Marcos Luís Agostini, da 1ª Vara Judicial da Comarca de Três Passos, e atende ao pedido do Ministério Público. Com isso, as investigações acerca da morte de Odilaine devem ser retomadas.

"Verifica-se que merece deferimento o pedido de desarquivamento do inquérito policial apresentado pelo Ministério Público. Os elementos e fundamentos apresentados são suficientes para reabertura das investigações acerca da morte de Odilaine", considerou o magistrado.

Em relação ao pedido de Jussara Marlene Uglione, mãe de Odilaine, para que o Juízo requisite à Chefia de Polícia a designação de Delegado de Polícia e equipe da Região Metropolitana de Porto Alegre para realizar a investigação, o magistrado concluiu que a definição dessa questão é atribuição da própria Polícia Civil. "Não sendo este juízo quem define a autoridade policial e os servidores que devem atuar no inquérito policial". 

Novos fatos

Ao solicitar o desarquivamento do IP, a Promotora de Justiça Silvia Inês Miron Jappe justificou que os laudos da assistência técnica, confeccionados a pedido de Jussara Uglione, trazem novos fatos, imputando à secretária do consultório a confecção da carta suicida e, inclusive, colocando uma terceira pessoa dentro da sala de atendimento em que ocorreu o fato, onde, em tese, estariam apenas Leandro Boldrini e Odilaine Uglione.

"Diante dos documentos acostados, deve ser realizada a perícia grafodocumentoscópica na referida carta por peritos oficiais, bem como cumpridas as demais diligências requeridas pelo Ministério Público", afirma o Juiz Marcos Agostini, no despacho. Entre os pedidos estão a reprodução simulada dos fatos (com a presença de todos os atores da cena, inclusive pacientes que aguardavam atendimento e o próprio Leandro Boldrini, além da secretária), oitiva de testemunhas (pessoas que estavam no consultório, profissionais que prestaram socorro à vítima, peritos), entre outras diligências que deverão ser conduzidas pela autoridade policial.

Caso

Odilaine teria cometido suicídio dentro do consultório de Leandro Boldrini no dia 10 de fevereiro de 2010. A mãe de Bernardo teria escrito uma carta um dia antes da sua morte. O Inquérito Policial que investigou os fatos foi arquivado em 08/04/2011, a pedido do Ministério Público, após conclusão da autoridade policial de que Odilaine havia cometido suicídio. No ano passado, a mãe da vítima, Jussara Uglione, postulou o desarquivamento do IP. Na época, o MP apresentou manifestação pelo indeferimento do pedido, ao argumento da inexistência de prova nova para fundamentar a reabertura do caso.

Inconformada, a avó materna de Bernardo encomendou perícias (de balística e da grafia da carta que a filha dela teria escrito) que levantaram questionamentos sobre a morte de Odilaine. 

Bernardo

Bernardo, filho de Odilaine e do médico Leandro Boldrini, foi morto e enterrado em uma cova rasa. Respondem pelo crime seu pai, a madrasta Graciele Ugulini, a amiga dela Edelvânia Wirganowicz e o irmão desta última, Evandro Wirganowicz. Confira os desdobramentos do processo criminal em: http://www.tjrs.jus.br/casobernardo/.

Fonte: Tribunal de Justiça

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