Uma expressiva quantia de objetos foi apreendida durante a manhã desta terça-feira (26), na operação Pente Fino, realizada no Presídio Regional de Passo Fundo. A minuciosa revista foi efetuada nas 36 celas que pertencem as galerias A e C, por agentes penitenciários, com apoio de policiais militares do Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar (BOE). Até esta terça-feira, 380 detentos estavam alojados na área onde ocorreu a ação, que tem capacidade, somente, para 144 pessoas.
A inspeção ocorreu devido a denúncias que chegaram até a direção, feitas pelos próprios internos, e iniciou por volta das 8h, com término as 11h. Neste período foram encontrados 35 facões, 38 facas industriais, 72 estoques de facas artesanais, 16 pedaços de serra para cortar ferro, entre outros artefatos que podem ser usados nas tentativas de fugas ou na fabricação de armas. Ainda foram apreendidos 121 celulares, 6 chips e 12 tabletes. A droga não havia sido pesada até o fechamento desta edição, contudo, contabilizavam 143 buchas de maconha, uma pedra grande de crack e uma bucha de cocaína.
Segundo o diretor interino da penitenciária, Alexo Wallau, desde setembro de 2013 não se realizava uma operação de tamanho porte, com tantas apreensões. “Nós não temos uma disponibilidade de servidores suficiente para realizar uma revista efetiva e com zelo em todo o perímetro do presídio. Oportunamente as demais galerias deverão ser inspecionadas também, durante a conferência que ocorre diuturnamente ou durante a noite”, esclarece e acrescenta: “O ideal seria realizar o congelamento de todas as celas, para retirar todo o material, mas não temos o efetivo necessário para isso.”
Wallau comenta que, embora as revistas não sejam bem vistas pelos apenados, são uma forma de protegê-los de fatalidades que possam decorrer de discórdias entre os mesmos futuramente. “A segurança dos servidores é extremamente importante, mas a segurança dos presos e dos seus familiares é a nossa finalidade principal enquanto agentes penitenciários”, assegura.
Arremessos
Segundo o diretor interino, os arremessos externos são a principal causa da entrada de drogas e objetos para dentro da casa prisional. “Apesar de a sociedade não acreditar muito, temos o problema diário dos arremessos, que ocorre, principalmente, através dos menores”, salienta.
Wallau explica que por se tratar de adolescentes, é realizado apenas um termo circunstanciado, que não penaliza severamente a ação. “Embora tenhamos um muro de seis metros de altura, há um distanciamento mínimo entre o muro externo e o pátio interno, em uma das nossas extremidades, o que permite que qualquer pessoa de 14 ou 15 anos, tenha força suficiente para fazer o arremesso”, analisa.
O diretor ainda acrescenta que no momento em que ocorre o arremesso, é impossível aos servidores acessar o pátio a tempo para apreender os objetos, se levar em consideração o número de detentos que ocupam a área no momento, interessados em obter o material. “Existem várias soluções para minimizar isso tudo, como, um monitoramento mais adequado, a colocação de uma tela sobre os pátios ou, ainda, um novo presídio em uma área rural e não urbana como temos hoje.
Novo presídio
Wallau comenta que o projeto da penitenciária pública está sendo desenvolvido, já que a verba para construção foi prorrogada por mais dois anos. “A cadeia deve sair sim nos próximos anos. Só não posso afirmar se vai ser construída próximo a Carazinho, onde foi licitado, ou em outro área”, conclui.
Agentes
A penitenciária conta com mais 19 agentes penitenciários desde abril, quando entraram os novos concursados. Segundo o diretor, são um total de 73 servidores. Desses, 49 atuam diretamente na segurança.