PRE: Alta demanda e baixo efetivo

Nos últimos 10 anos, o número de policiais rodoviários nunca foi tão reduzido na área do 1º Batalhão Rodoviário da BM.

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Considerado um problema histórico nas unidades da Polícia Rodoviária Estadual, a falta de efetivo nunca foi tão preocupante como no cenário atual. No posto de pedágio da ERS-135, um policial chega a ser escalado para trabalhar, sozinho, 24h seguidas. Quando ocorre um acidente no perímetro de abrangência de Coxilha, que é de cerca de 450 km, é preciso recorrer aos Grupos Rodoviários mais próximos, como os de Erechim e Passo Fundo, que também sofrem a escassez.

Para a área de atendimento do Grupo Rodoviário de Passo Fundo, que é de aproximadamente 150 quilômetros, dois a três policiais e uma única viatura estão disponíveis diariamente. Em dias que ocorrem acidentes, a saída encontrada pelos servidores, para atender a ocorrência em trechos considerados de grande fluxo, é pedir apoio ao policiamento urbano ou, até mesmo, aos populares que estão próximos ao local. Isso quando é possível deslocar, afinal, os postos não podem ficar desguarnecidos.

E, essa dificuldade, não se restringe a um ou outro grupo. De modo geral, segundo informações extraoficiais, os 11 postos policiais que pertencem ao 1º Batalhão Rodoviária da Brigada Militar, estão expostos a falta de efetivo. Ciente da dificuldade, o Comando Geral da BM reestruturou a organização e transformou os Grupos em Pelotões. Segundo o comandante do 1ºBRBM, major Claudemir Bertoglio, pensando nas questões de efetivo e recursos, é uma designação mais compatível com o trabalho desempenhado pela PRE.

Ainda, segundo o major, com intuito de realizar ações mais contundentes de combate a criminalidade nas rodovias, foi criado um Pelotão de Operações Especiais para cada Batalhão do Estado. “Como temos sede em Passo Fundo, o pelotão fica locado aqui, sob orientações do comandante e do chefe de treinamento do Batalhão”, explica.

O comandante esclarece que o pelotão deve atuar, justamente, em locais com maior deficiência de recursos humanos, afim de prestar o apoio necessário – seja ele de fiscalização ou abordagem de veículo suspeito, como, também, em acidentes. “Aos poucos vamos implementando o Pelotão e demandamos ações de fiscalização e polícia ostensiva em qualquer lugar, mas, por enquanto, não posso fugir muito dos trechos Passo Fundo/Casca, Passo Fundo/Erechim e entrada de Nonoai ”, diz.

Bertoglio acentua ainda, que alguns servidores do setor administrativo estão sendo treinados para atuar mais nas ruas, afim de reduzir a carência. “Olha só como a gente se desdobra, o policial executa atividade administrativa no quartel, ou seja, escala de serviço no quartel, e ainda fazem ações em conjunto na atividade operacional”, comenta.

Para o major, o problema será resolvido, realmente, quando a corporação for contemplada com uma nova turma. “Precisaríamos de mais uns 20 ou trinta servidores”, salienta. Em sua fala, ainda aponta para a qualificação do policial rodoviário, que diz ser diferenciada em relação ao atendimento de ocorrências e, somente, por isso, que é possível manter a qualidade do trabalho. “Mesmo com baixo efetivo, que é um problema enfrentado desde sempre, conseguimos reduzir significativamente o número de mortes no trânsito, todos os anos”, diz e completa: “Os policiais, embora sofram um desgaste, estão de parabéns pelo serviço prestado.”

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