Depois de organizar um evento que arrecadou R$ 4 mil para a compra de um estoque do leite especial, sem lactose, que alimenta o pequeno Luan Davi Cavalheiro de Lima, representantes da Associação de Policiais Civis da Sexta Região (Apocser) realizaram a entrega dos vales, durante a tarde de ontem (22).
Luan, 2 anos, nasceu prematuro e ficou internado no hospital por alguns meses, quando os médicos descobriram a intolerância. A mãe, Daiane Padilha Cavalheiro, de 30 anos, conta que desde o nascimento, a rotina que ela enfrenta com o filho resume-se entre idas e vindas da casa para o hospital. Com os cortes do Governo, a família deixou de receber o produto, que tem um custo aproximado de R$ 170,00 a lata, e dura em torno de três dias, e atrasou algumas contas fundamentais, como a da luz, para manter o sustento e a saúde do menino.
Comovidos com a história, policiais sócios da Apocser, mobilizaram-se e organizaram a ação, que contou com apoio dos demais policiais civis, policiais militares, empresários, como da comunidade que soube da ação e decidiu contribuir. Com os R$ 4 mil adquiridos e um desconto feito pela empresa MedCall, que já colaborava com a família, foi possível adquirir um estoque de latas de leite para suprir a necessidade durante três meses.
A mãe do pequeno ainda relatou ter sido surpreendida com o pagamento da conta da luz. “Semana passada eles me ligaram e disseram que haviam conseguido uma boa renda. Eu relatei que estava sem luz em casa há sete meses, devido aos gastos com Luan, entre o leite e o transporte para o hospital. No dia seguinte meu telefone tocou e era um policial: a conta da luz já está paga, ele disse”, emociona-se.
De acordo com os representantes, foi conversado com todos os associados e colaboradores. “Com cinco filhos em casa e toda a dificuldade que passam, decidimos por deixar a conta paga, também”, relata um policial. Os vales, que servem para retirar o leite conforme a necessidade da família, foram entregues junto com o recibo do pagamento das contas da luz.
A mãe contou que as crianças passavam dias sem tomar banho, por não ter energia. “Quando a luz voltou, parecia que as crianças nunca tinham tomado banho na vida, nem usado a luz”, diz, alegre. Emocionada, completa: “Eles são anjos que caíram do céu. Fizeram muito mais que o trabalho de proteger a comunidade, nos deram amparo na hora que mais precisamos”, conclui.